terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Adeus Ano Velho - Por Rogério Nakata



Poucos serão aqueles que sentirão falta do ano de 2015. Um ano repleto de desafios, de baixo crescimento econômico, recessão, aumento no desemprego e nos índices de inflação. Diante da sombra de um impeachment, perda do grau de investimento e de uma crise de credibilidade, o que esperar de 2016?
Muito provavelmente será muito semelhante a 2015 pois, com a crise política instalada e sem a previsão de término a curtíssimo prazo desse embrolho gera-se também uma crise de confiança no mercado tanto para quem investe na economia real, sejam estes investidores nacionais ou internacionais, como para os consumidores que ficam receosos em gastar seu dinheiro já que o risco de perder seus empregos é iminente. Com a expectativa de mais aumento na taxa de juros pelo Banco Central para conter a inflação viveremos um dilema que é de dar uma dose maior de remédio (aumento da Selic) que o doente (Brasil) consegue suportar.   Aumento de juros significa menos investimentos e dinheiro disponível no mercado tornando o crédito mais escasso diminuindo as vendas e por consequência a produção de bens e serviços colocando em risco os empregos. Apesar de todo o esforço do BACEN em controlar a inflação, mesmo aumentando a taxa de juros, o índice chega em 2015 a dois dígitos, ou seja, 10,5% ao ano. Isso é o que tecnicamente chamamos de Dominância Fiscal que é a incapacidade da política monetária em influenciar a política pública.
Diante disso, devemos nos planejar financeiramente ainda mais para tempos difíceis revendo nosso padrão de vida e realizando os ajustes necessários para que possamos enfrentar a turbulência que não deverá ser desconsiderada principalmente se até agora você viveu de forma desregrada e sem qualquer planejamento financeiro. Para o próximo ano investir em Educação Financeira pode ser o melhor investimento que possa realizar para seu aculturamento financeiro pessoal.
Para auxiliá-lo preparei algumas dicas que poderão ser úteis para que não caia nas armadilhas no fim do ano e possa se planejar para um 2016 “mais tranquilo”:
- Primeiramente se você tem dívidas, pague-as, pois, nenhuma aplicação financeira que faça será capaz de superar os juros cobrados no cheque especial, no cartão de credito ou no empréstimo pessoal;
- Ao adquirir algo, pergunte-se: Será que eu realmente preciso disso ou tenho outras prioridades para esse início de ano?
- Na hora de comprar utilize a regra do QUE-PRE-ME-PO-DE: Eu QUEro? Eu PREciso? Eu MEreço? Eu POsso? Eu DEvo? Se uma dessas respostas for negativa a essas 5 perguntinhas acima, repense sua opção de compra;
- Fuja do efeito manada pois é melhor dar um passo para a direção certa do que sair correndo para o lado errado só porque todos estão seguindo o mesmo sentido, ou seja, pense “fora da caixinha”;
- Pesquise os preços antes de sair de casa, saiba quanto custa aquilo que você quer, seja fiel a seu objetivo e para isso a Internet e os panfletos promocionais podem ser seu grande aliado na busca de bons descontos;
- Lembre-se que seu decimo-terceiro deveria ser utilizado primeiramente para seus investimentos em seus Projetos de Vida, depois para presentear e por ultimo pagar as contas, mas se você se descontrolou não tem jeito agora é hora de quitar os compromissos assumidos e não fazer mais dívidas para o próximo ano;
- Peça desconto nas compras à vista pois quem tem dinheiro na mão tem maior poder de barganha;
- Evite “limpar” o nome para sujá-lo logo depois, pois, segundo pesquisas recentes realizadas pela Boa Vista Serviços S/A, administradora do SCPC, mostra que metade das pessoas que são excluídas dos Cadastros de Proteção ao Crédito retorna à base de dados em até um ano;
- Antes de fazer as costumeiras promessas de fim de ano seria importante também refletir se será realmente capaz de cumpri-las dedicando algumas horas a seu Planejamento Financeiro Pessoal e Familiar e colocando as contas na ponta do lápis para evitar os desperdícios comuns do fim de ano;
- Para aqueles que não têm dívidas não se empolgue demais só porque possui uma boa quantidade de dinheiro em sua conta bancária, aproveite os juros altos e invista colocando seu dinheiro para trabalhar por você e para você;
- E por último espere mais um pouco, pois todo o início de ano existem as liquidações para a reposição do estoque antigo e inserção de uma nova linha de produtos.
Como mensagem gostaria de ressaltar que ninguém planeja fracassar mas fracassa por não se planejar, portanto desejo a todos que neste fim de ano façam compras mais inteligentes, investimentos mais prósperos e que tenham saúde abundante em 2016. Que possa dedicar um tempo para planejar seu futuro financeiro e as consequências de não o fazer pois, como diz um velho ditado é sempre bom parar para afiar o machado e quem somente trabalha (e não faz planejamento) não tem tempo para ganhar dinheiro.


Feliz 2016 e xô 2015!

Rogério Nakata é Planejador Financeiro Certificado pelo IBCF - Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, Embaixador CFP® para o Vale do Paraíba, Agente Autônomo de Investimentos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações (www.economiacomportamental.com.br) 

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Adivinha quem vai pagar o pato? * Por Rogério Nakata




Quando sou convidado como planejador financeiro certificado para auxiliar uma família com problemas de endividamento e em alguns casos de superendividamento o primeiro passo para regularizar a situação é colocarmos todas as receitas e despesas na ponta do lápis de forma que consigamos enxergar a situação atual e com isso propormos meios de redução, enxugamentos e corte nos gastos, porém não é bem isso que vemos atualmente na administração pública. Depois de revisarem para ainda mais para baixo o superávit primário que é a economia que o governo faz para pagar os juros da dívida pública e depois da tentativa de emplacar a enfadonha CPMF (Contribuição “Provisória” Sobre Movimentação Financeira) que de provisória na época não tinha nada (1997 a 2007) e que cujo destino, a Saúde pouco viu e contribuiu para diminuir as malesas pelas quais o Sistema Único de Saúde passou e continua passando estamos novamente diante de mais aumento de impostos e anote, eles virão, fazendo com que ultrapassemos com folga os 155 dias do ano que precisamos trabalhar para pagá-los. Enquanto as famílias tentam de maneira desesperada reduzir seus próprios custos pela dor e não pelo amor (duas formas de o ser humano aprender qualquer coisa nessa vida) fazendo ajustes em seu Orçamento Pessoal e Familiar o governo deixa de fazer seu dever de casa e anuncia um déficit teórico de R$30,5 bilhões nas contas para o próximo ano e consequentemente jogando a bola para o Congresso resolver a situação.
  Fazendo um paralelo com uma família endividada se o cinto aperta gastos com TV por assinatura, telefonia fixa e celular, alimentação fora de casa, presente dado aos outros e viagens a passeio são reduzidos e até cortados do orçamento doméstico. Em alguns casos, o corte na carne é tão profundo que muitas famílias deixam de vez de comer fora, transferem seus filhos de uma escola particular para outra ou até optam por transferi-los para o ensino público, que cai entre nós, não é muito o modelo de Pátria Educadora que os pais esperam para a formação do futuro da nação. Pessoas estão vendendo suas casas e demais bens para pagarem dívidas, enquanto isso, continuamos com 39 ministérios que engrossam ainda mais o déficit nas contas públicas de cerca de R$2,8 trilhões em gastos em 2015 sem trazer resultados efetivos para a população que aguarda ansiosamente que os recursos pagos em impostos sejam melhor aplicados e que reflitam em áreas tão sensíveis como Educação, Saúde e Segurança. 
Segundo o site www.contasabertas.com.br somente a Presidência da República (PR) possui quase 7 mil cargos, funções de confiança e gratificações que representa 40% dos 18 mil funcionários que compõem a Pasta. Os cargos de confiança que fazem parte da própria administração da Presidência correspondem a 3.770 cargos sendo que os demais 1.653 funcionários de confiança estão locados na AGU (Advocacia Geral da União) que possui 9.100 servidores representando quase que 50% do contingente total da PR. A Associação Contas Abertas ainda demonstra que a intenção por trás de tantos cargos é de dar maior visibilidade e prestígio a algumas áreas criando atratividade política fazendo com que a Presidência da República e os seus gastos crescessem significativamente nos últimos anos. Quer mais? Somente com diárias pagas a funcionários públicos pela União, somando os três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário representam gastos na ordem de mais de meio bilhão de reais ou mais precisamente R$553 milhões que já foram reduzidos, mas que ainda saltam aos olhos do contribuinte brasileiro. 
Uma comparação interessante feita pela mesma Associação mostra também que com essa dinheirama toda gasta com servidores em viagens a trabalho seria possível viver 216 anos na suíte mais luxuosa e cara, na cobertura do sexto andar do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro chamada de “penthouse” com 300 metros quadrados privativos cuja diária é de aproximadamente 7 mil reais por dia incluindo “mimos” como serviços de mordomo.
Bem, primeiramente todos devemos ter ciência de que sem impostos nenhum país sobrevive pois mesmo com a nossa capacidade de imprimir dinheiro para diminuir o nosso déficit isso seria catastrófico pois aumentaria ainda mais a inflação que já está quase a 10% esse ano e seria impossível dar o mínimo de infraestrutura à uma nação sem os recolhimentos dos mesmos. O problema é que a gestão dos recursos e o desvio de verbas destroem a esperança das famílias em viverem num país mais justo e menos desigual pois tudo aquilo que poderia ser “gratuito” como boas escolas públicas, boa saúde e segurança de qualidade precisam ser desembolsados novamente pela população que busca na iniciativa privada um socorro por algo que pela Constituição deveria ser fornecida pelo Estado.
Portanto, é difícil dizer para uma pessoa economizar se você não economiza, é difícil dizer para a população reduzir o consumo de água se todos os dias aparecem mais uma Lava Jato da vida, ou seja, é preciso assumir os erros e não possíveis erros para que possamos como num atendimento à uma família ou a um casal deixar um pouco as emoções de lado e trabalhar as questões racionais e orçamentárias que farão diferença no seu futuro e no de sua família. Não é discutirmos quem está certo ou quem está errado, mas o que é certo e o que é errado é o que importa, principalmente num momento de crise ainda mais quando ela é financeira.
No final quem vai pagar o pato? Essa expressão tem a ver com a uma brincadeira de origem portuguesa onde um pato era amarrado a uma árvore e um participante, a cavalo, deveria cortar as cordas que prendiam o animal com apenas um único golpe de machado e quem perdia pagava o pato e oferecia ao vencedor, ou seja, acredito que seja mais ou menos esse o sentimento de milhares de brasileiros que se sentem como tolos por pagarem por aquilo que não devem ou pior por aquilo que não recebem de volta. 
Rogério Nakata é Planejador Financeiro Certificado pelo IBCF - Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, Embaixador CFP® para o Vale do Paraíba, Agente Autônomo de Investimentos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações (www.economiacomportamental.com.br)

segunda-feira, 24 de agosto de 2015
















FGC – O que é e para que serve?* - Por Mauro Calil











Em agosto de 1995, através da Resolução 2.197, de 31/08/95, o CMN (Conselho Monetário Nacional) autorizou a “constituição de entidade privada, sem fins lucrativos, destinada a administrar mecanismos de proteção a titulares de créditos contra instituições financeiras”. Foi assim que surgiu o FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

A mesma resolução determinou, no parágrafo primeiro de seu primeiro artigo, que “as instituições financeiras que recebessem depósitos à vista, à prazo e em contas de poupança, bem como as associações de poupança e empréstimo, se tornariam associadas da entidade e dela participariam como contribuintes.”

Assim sendo, todas as instituições financeiras que oferecem aplicações financeiras como caderneta de poupança, CDB, RDB, LCI, LCA, LC, LH, entre outros, são obrigadas a participar e contribuir com o fundo de reserva do FGC.

Hoje os ativos da instituição estão na ordem de 40 bilhões de reais. Todo esse dinheiro, devidamente aplicado de forma segura, é destinado a garantir o depósito e a estabilidade do sistema financeiro, formando uma rede de proteção ao próprio sistema e aos investidores, de forma sólida e saudável.
Quem teve que acessar essa rede de proteção pôde constatar a agilidade do processo de ressarcimento. Com toda a documentação do investidor em ordem junto à instituição, o dinheiro pode ser ressarcido em até 90 dias. Nada mal para casos de quebra de uma instituição financeira.
O patrimônio do FGC aumenta dia a dia por conta das contribuições obrigatórias. Isso permite ao investidor multiplicar sua proteção ao dispor da garantia de 250 mil reais por CPF, CNPJ e por conglomerado financeiro.

Ou seja, quando você investe em um único conglomerado financeiro, mesmo que sejam produtos e/ou emissores diferentes – por exemplo, CDB e caderneta de poupança do banco Y, mais a LC da financeira controlada pelo mesmo banco Y – sua garantia total será de 250 mil reais.
Assim, para multiplicar essa garantia do cliente, o mesmo deve procurar outras instituições menores ou médias, que distribuam aplicações financeiras de conglomerados diferentes. Por exemplo, o banco de investimentos X distribui seu próprio CDB, mais a LC de uma financeira independente e a LCI de uma companhia hipotecária. Nesse caso, com uma única conta, a garantia do cliente subiria para 750 mil reais.

Esta multiplicação de garantia, que planejo para meus clientes todos os dias, permite que o investidor consiga taxas de remuneração em renda fixa da ordem de 1% ao mês, líquido de IR, ou ainda maior. Essa diferença no valor da remuneração do dinheiro pode representar ter o IPVA, o seguro do automóvel ou muitas outras contas pagas por esse ganho adicional do suor do trabalho de seu dinheiro.

O FGC já é uma instituição estabelecida e primordial à nossa economia. E já se provou eficiente e ágil ao proporcionar tranquilidade aos investidores. Casos recentes como os dos bancos Santos, Rural, Banorte, BVA, entre outros, comprovam sua eficiência.
Em minha opinião, o FGC garante segurança de aplicações mais rentáveis, funcionando como uma máquina de redundância ao sistema: se o mainframe tiver problemas, acionamos o plano B. Sem dúvida alguma, o FGC é duplamente benéfico: primeiro, por proporcionar ao cliente a possibilidade de diversificação, sem comprometer a segurança nos investimentos. E, em seguida, garantir que as taxas superiores de remuneração possam ser aproveitadas pelo cliente com toda segurança até o limite estabelecido.


*Mauro Calil é  especialista em investimentos no Banco Ourinvest. É também palestrante , autor dos livros  “Receita do bolo” e “Separe uma verba para ser feliz”  além de proprietário da Academia do Dinheiro, instituição especializada em cursos de educação financeira e finanças. Possui mestrado pela USP e Pós Graduação em Marketing pela ESPM e certificado pela ANBIMA como CEA.


sexta-feira, 24 de julho de 2015

terça-feira, 21 de julho de 2015

Inteligente ou sábio? - Por Rogério Nakata


A Grécia com seus 12 milhões de habitantes já foi reconhecida um dos países mais prósperos e com um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo.  Com uma cultura milenar e com importantes pensadores como Aristóteles, Sócrates, Platão dentre outros, possui uma natureza exuberante com mais de 1.400 ilhas e com uma das culinárias mais ricas e saudáveis do planeta atualmente vive, infelizmente, uma verdadeira tragédia grega provocada pela alta dívida pública. Um país que está em risco de não fazer mais parte do maior bloco financeiro europeu conhecido como União Europeia cuja moeda comum a esses 30 países é o Euro que está atualmente em comparação ao real valorizado em mais de 3,5 vezes. 

Para fazer parte da Zona do Euro os países necessitam cumprir uma série de requisitos para participar desse importante bloco econômico sendo que um deles é que os integrantes não devem ultrapassar um déficit de 3% do PIB do país sendo que a Grécia possui um rombo orçamentário de mais de 60% que, por si só, representa o limite estabelecido para os países que compõem a comunidade.

Mas como um país com tanta cultura e sabedoria pode chegar a decretar moratória a seus credores? 

Isso nada mais foi que o resultado de políticas econômicas equivocadas que resultaram num déficit de 320 bilhões de euros (equivalente a mais de R$ 1 trilhão), ou seja, o país gastou bem mais do que arrecadou e tomou mais dinheiro emprestado do que sua capacidade de honrar com seus compromissos financeiros. Nessa conta estão os pesados empréstimos realizados junto ao FMI que cresceram ao longo dos anos desde a crise de 2009, além da baixa arrecadação de impostos, evasão fiscal, corrupção, altos gastos com funcionalismo público, cujo os salários com essa classe praticamente dobraram, somado os altos benefícios pagos aos aposentados precoces. 

Enfim, será que estamos seguindo o mesmo caminho? Poderemos um dia chegar a ser uma Grécia? Na minha opinião precisamos muito mais do que controlar as contas públicas nesse instante é controlar nossas próprias contas e finanças pessoais pois enquanto o governo incentivava há 6 anos atrás o consumo desenfreado da população liberando o crédito fácil e farto à milhares de famílias que se esbaldaram e se lambuzaram durante todo esse período, muitas delas agora estão endividadas e inadimplentes. Em nenhum momento foi ensinado à essas pessoas como os produtos e serviços financeiros funcionavam e diante disso os números demonstram que o índice de comprometimento de dívidas com bancos já ultrapassa mais de 45% segundo dados do Banco Central. E isso pode ser apenas o começo pois, com o crescimento do desemprego, diminuição da renda, alta da inflação e aumento das taxas de juros esses números só tendem a expandir mês após mês.

Dentre os efeitos que a tragédia grega pode trazer para o Brasil estão a diminuição dos investimentos dos europeus nos países emergentes incluindo o nosso, queda nas exportações para a Europa e o aumento do dólar pois, em situações de crise como esta onde há o risco da Grécia deixar a Zona do Euro as portas se abrem para que outros países do bloco sigam o mesmo caminho retornando às suas antigas moedas e colocando em dúvida o futuro do Euro como moeda única, fortalecendo por sua vez moeda americana.

Portanto, nesse momento de crise vale uma reflexão que poderia até ser oriunda do pensamento de um grande filósofo grego que diz que: "Inteligente é aquele que aprende com seus próprios erros e sábio é aquele que aprende com os erros dos outros".  A questão que fica é: Será que estamos sendo sábios e aprendendo de fato com os erros dos outros ou será que nos encontramos atualmente em uma zona de conforto? Isso é apenas mais uma marola ou estamos prestes a presenciar um grande tsunami? Será que em caso de crise financeira pessoal poderei contar com alguma ajuda de algum órgão internacional como o FMI (Fundo Monetário Internacional)?


Então, podemos concluir que para ser próspero nos dias de hoje devemos confiar mais em nossa capacidade de fazer a diferença na nossa vida e de nossa família e menos nas instituições que deveriam, mas, na sua grande maioria, não atendem prontamente as expectativas de seus cidadãos como fazem com o recolhimento eficiente dos pesados impostos a nós impostos.

Rogério Nakata é Planejador Financeiro Certificado pelo IBCF - Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, Embaixador CFP® para o Vale do Paraíba, Agente Autônomo de Investimentos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações (www.economiacomportamental.com.br)

Perdeu nas Ações? Recupere na renda fixa - Por Mauro Calil*




O investimento em ações têm sido amargo para aqueles que se entusiasmaram porém, não acompanharam mais atentamente as notícias e relatórios sobre as empresas, principalmente no passado recente.
Aqui não falo de uma ação específica, tão pouco do investidor que montou sua carteira de bluechips na década de 1970. Falo sim àqueles que entraram neste investimento acompanhando a onda do investment grade, ou os fóruns gráficos que, via de regra, propagam as grandes tacadas vencedoras mas, nunca (ou raramente) os movimentos perdedores.
Como diz o ditado, ‘para baixo todo santo ajuda’. Perder 5, 10 ou 30% sempre será mais fácil que ganhar os mesmos percentuais sobre o valor investido.
Se você perdeu e pensa algo do tipo “agora vou esperar a recuperação”, Te digo que pode estar com sorte pois, você pode acelerar a recuperação sem especular ou arriscar ainda mais. Como? Basta usar a renda fixa turbinada para isto.
Antes vejamos que ao perdermos 10% em um investimento não basta ganhar os mesmos 10% sobre a nova quantia para voltarmos ao valor inicial, ou seja, você investiu 1.000,00 e perdeu 10%, terá 900,00. Para voltar aos 1.000,00 iniciais seus 900,00 terão que render 11,111…% pois, se rendessem 10% chegaria somente a 990,00.
Fica mais claro quando a perda é ainda maior. Investiu 1.000,00 e perdeu 50% , está agora com 500,00. Portanto, para retornar aos 1.000,00 iniciais, terá que obter 100% de rentabilidade. Ou seja, subir a ladeira exige planejamento, técnica e tempo. Mas com certeza você chegará lá.

Por isso, preparei a tabela abaixo com rentabilidades em aplicações em renda fixa, já descontadas de IR, que são muito comuns nos dias de hoje, basta procurar na instituição correta. Todas rentabilidades mencionadas são de produtos financeiros cobertos pelo fundo garantidor de crédito (FGC), portanto com a mesma segurança da caderneta de poupança. 


Repare que a grande mudança é trocar a possibilidade de recuperação pela certeza de que ela ocorra. Por isso contabilize suas perdas em bolsa e, então, se aproveite das boas oportunidades que alta dos juros te proporcionam neste momento da economia.

*O professor Mauro Calil é  especialista em investimentos no Banco Ourinvest.
É também  palestrante e autor dos livros “Receita do bolo” e “Separe uma verba para ser feliz” e proprietário da Academia do Dinheiro, instituição especializada em cursos de educação financeira e finanças.  Possui mestrado pela USP e Pós Graduação em Marketing pela ESPM e certificado pela ANBIMA como CEA.


quinta-feira, 18 de junho de 2015

A estatização do consumo – a grande ameça econômica* - Por Mauro Calil










A sociedade civil brasileira não cansa de alardear que o Brasil tem a carga tributária mais pesada entre os países emergentes e mais alta até que Japão e Estados Unidos. Só fica atrás para o bem estar social europeu, onde o imposto é alto, mas a contrapartida do governo, altíssima. Além de pesada, a tributação no Brasil é também complexa e injusta: ao mirar o consumo, penaliza as faixas de menor renda.

Hoje a carga tributária representa cerca de 35% do PIB, mas nem sempre foi assim. Em 1947, quando teve início o registro sistemático das contas nacionais do Brasil, a carga tributária brasileira era de 13,8% do PIB (IPEA – Texto para discussão 583, Uma análise da carga tributária no Brasil, Rio de Janeiro,1998).

Não quero eu repetir o que todos sabem, que o estado é pesado, ineficiente, incapaz de prover serviços como educação, saúde e segurança, os quais temos que pagar em dobro, pelo público nos impostos e pelo privado que é o que de fato iremos usar e, sobre eles, pagar mais impostos. Quero aqui salientar que os consumidores que, também são cidadãos e eleitores, estão sendo preteridos de sua responsabilidade de consumir e fazer a economia girar.

Sim, mais que um direito esta é uma responsabilidade da sociedade: Consumir.

A relação é direta países pobres têm cidadãos que consomem pouco er governos que consomem muito. Baixa renda ou uma renda altamente comprometida com impostos impedem que o consumo cresça e, nosso governo sabe disto. Tanto é assim que ao surgir a necessidade de manter a economia ativa, baixou-se impostos nos automóveis e eletrodomésticos. Tais medidas fizeram muitos brasileiros tomar empréstimos para comprar estes bens e, como consequência, manter o emprego de outros tantos.

Ao contrário do que se pode pensar, a diminuição dos impostos em nada reduziu a carga tributária sobre o PIB que se mantém em torno de 1/3 por longos anos. Isso ocorre pois o cidadão consome, gera empregos e oportunidades de empreendedorismo e, por consequência, gera arrecadação de impostos sobre tudo isto.

Reduzir impostos é enxergar longe. O contrário é estatizar o consumo e sobrecarregar o estado não só na folha de pagamentos e gastos ineficientes mas, também com a responsabilidade de fazer a economia girar. Isso torna o estado dependente de si mesmo e elimina a independência de seus cidadãos que sempre demandarão mais serviços públicos que necessitarão de mais impostos para se sustentar.

Com este ciclo vicioso estabelecido, só poderá ser quebrado de duas formas. Ou com uma reforma fiscal profunda, algo difícil de ocorrer em qualquer país do mundo, ou com a quebra da economia pela falta de pessoas que produzem e pagam impostos.

*O professor Mauro Calil é  especialista em investimentos no Banco Ourinvest. É também palestrante e autor dos livros “Receita do bolo” e “Separe uma verba para ser feliz” e proprietário da Academia do Dinheiro, instituição especializada em cursos de educação financeira e finanças.  Possui mestrado pela USP e Pós Graduação em Marketing pela ESPM e certificado pela ANBIMA
como CEA.


Ser ou ter eis a questão? Por Rogério Nakata




Segundo um relatório emitido pela instituição financeira Bank of America Merril Lynch o mercado da “vaidade” não para de crescer no mundo. Os gastos com produtos e serviços destinados a melhorar a autoestima, aparência e popularidade dos consumidores ultrapassa os US$4,5 trilhões de dólares. Isso é maior que PIB da Alemanha que é atualmente a quarta maior economia do mundo. Um mercado que cresce em média 20% ao ano e que tem projeção de expandir mais 37% nos próximos dois anos. A pesquisa abrange além de gastos com cosméticos sendo que, somente o ano passado o Brasil teve um crescimento de 11% com um faturamento de R$101,7 bilhões segundo a Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), soma-se também o mercado de alto luxo que inclui os carros mais cobiçados do planeta (US$ 351 bilhões), hospedagens em hotéis de alto padrão (US$ 150 bilhões), imóveis de luxo e mansões (US$ 150 bilhões), jatos particulares (US$ 19 bilhões), cruzeiros e iates (US$ 8 bilhões).

Com o advento das redes sociais o mercado da vaidade somente adicionou um combustível extra já que as pessoas já não querem mais ser e sim ter, as vezes a qualquer custo, para que possam aparecer, compartilhar criando o que conhecemos como status pelatus: “ que é comprar coisas que não precisa com o dinheiro que não tem para, em muitos casos, apenas impressionar as pessoas que não gosta”, ou seja, estamos cada vez mais consumistas e alguns até compulsivos como aqueles que trocam de aparelho celular a cada seis meses. Não é à toa que o Brasil é um dos países com uma das mais baixas taxas de poupança do mundo que significa que apenas 14% da renda nacional deixa de ser consumida pelas famílias e pelo governo enquanto que na China essa poupança chega a mais de 42%. Sem contar também, que aquela história que enquanto um brasileiro dorme existe outros três chineses estudando é a mais pura verdade segundo um amigo que fez um MBA por lá e que me relatou que há uma grande possibilidade de se trancar uma biblioteca pública após o expediente e ainda assim encontrar estudantes escondidos e fervorosos em quererem continuar por lá, talvez para ainda aumentar não somente seu capital intelectual atual mas também seu capital financeiro futuro já que se prepararam melhor, conseguindo melhores remunerações e por isso se espalham pelo mundo buscando ou levando conhecimento em setores como engenharia, construção civil, tecnologia da informação, medicina, etc., etc., formando inclusive milhares de novos cientistas a cada ano.

Tudo isso para dizer que enquanto muitos procuram ter e aparecer com o objetivo de serem curtidos até por irem no banheiro existem outros que estão dispostos a serem e de fazerem a diferença em suas vidas e para a sociedade. São aquelas que entendem que para cada escolha existe uma renúncia e que, apesar de ser difícil para nós latinos separarmos o lado emocional do racional, principalmente quando o assunto é dinheiro, o Planejamento Financeiro é tão importante quanto o ar que respiramos. Portanto, viver somente o vaidoso presente e não pensar no futuro pode enquadrá-lo, se já não o enquadrou, nas estatísticas que mostram um aumento de mais 56 milhões de negativados até Maio sendo muitos deles, com certeza, motivados por um dos sete pecados capitais que é a vaidade e pela compulsividade.

Para resumir esse artigo encontrei uma frase do glorioso desenhista e escritor Millôr Fernandes que expressa perfeitamente esse aspecto compulsivo do ser humano:


“O homem é um animal que adora tanto as novidades que se o rádio fosse inventado depois da televisão haveria uma correria a esse maravilhoso aparelho completamente sem imagem”

Rogério Nakata é Planejador Financeiro Certificado pelo IBCF - Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, Embaixador CFP® para o Vale do Paraíba, Agente Autônomo de Investimentos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações (www.economiacomportamental.com.br)

A explicação matemática para aumento da inadimplência - Por Mauro Calil



Há algum tempo reencontrei um amigo de infância. Um daqueles com quem jogava bola, ia a shows na adolescência, dormíamos um na casa do outro de vez em quando, nos metíamos nas mais diversas e inocentes encrencas e, também, saíamos juntos delas, enfim amigão mesmo.

Ele me viu na TV, buscou meu nome na internet e me ligou convidando-me a ir visitá-lo em sua casa recém construída. De pronto aceitei o convite.

Obviamente fui muito bem recebido por um casal super orgulhoso de suas conquistas materiais, seu contentamento somente era menor que a felicidade de terem gerado dois filhos. Mostraram cada cômodo da casa, a área de churrasqueira, piscina, lareira, a cozinha com eletrodomésticos novinhos e todas as quatro TVs de tela plana, uma para cada pessoa dentro da casa nova.

Enquanto as crianças brincavam e nossas mulheres se conheciam (àquela época eu era casado), meu amigo fazia o churrasco e relembrávamos as mesmas histórias e piadas de 30 anos atrás (ou mais). Conversa vem, conversa vai perguntei a ele por que ainda não havia colocado vidros nas janelas? Afinal bastava abrir as venezianas para que o vento soprasse muito. Com venezianas fechadas soprava menos.

A resposta foi simples: “Tá louco Mauro? Você viu a quantidade de vidros que tenho que colocar nesta casa? O vidraceiro divide em no máximo três vezes. Assim que terminar de pagar algumas contas, vou juntar para isso.”

Ah OK. Pensei e respondi eu. Afinal trata-se de meu amigo e do dinheiro dele. Mas a atitude dele me fez pensar novamente em prioridades e premissas. Meu raciocínio é simples, para quem possui 4 TVs super modernas, para quem tem uma piscina para manter, acredito que possa comprar vidros para as janelas, afinal seriam mais importantes. Ao menos para mim seriam.

As conquistas daquela família, e de muitas outras, foram galgadas no crediário. Na recém formada cultura financeira do brasileiro encapsulada na frase “cabe no bolso”. Tal cultura é galgada em premissas temporais e por vezes etéreas como, ter um bom emprego e empregabilidade, ou se for mandado embora conseguir uma recolocação rápida. Ou ainda, o Brasil está crescendo e a inflação sobre controle. O fato é que tudo isso está passando, está se deteriorando, e as dívidas dos indivíduos e famílias continuarão.
Já quis estar errado sobre isto mas os números crescentes da inadimplência no Brasil mostram que isto está correto. A inflação em seu voo suave, pressiona orçamentos onde a prestação de quatro televisores que seria plenamente aceitável, não mais será em pouco tempo. Vejamos em números.

Imagine uma família com Receita Familiar total líquida de R$5.000,00, despesas com parcelas de tudo que é pago via financiamento: R$1.750,00 (35%), demais despesas da família R$3.000,00. Portanto sobram R$250,00.

Mesmo que todo o financiamento seja feito em parcelas fixas, as demais despesas como água, luz, telefone, alimentação, escolas, transporte, etc. sofrerão a ação da inflação, que ao alcançar 10%, transformarão os gastos de R$3.000,00 em R$3.300,00, portanto fazendo faltar R$50,00 no orçamento desta família.

Para todos que deram vazão aos seus sonhos de consumo usando o caminho do crédito, incluindo meu amado amigo que permitiu usar seu exemplo neste artigo, sugiro que verifiquem a duração de suas prestações. Tomara que terminem antes da inflação alcançar de forma devastadora as demais despesas e o orçamento familiar.
Rever seu orçamento e investir melhor, com mais rentabilidade mas, a mesma segurança dos grandes bancos, são atitudes que podem eliminar o aperto de qualquer orçamento.


*O professor Mauro Calil é  especialista em investimentos no Banco Ourinvest. É também  palestrante e autor dos livros “Receita do bolo” e “Separe uma verba para ser feliz” e proprietário da Academia do Dinheiro, instituição especializada em cursos de educação financeira e finanças.  Possui mestrado pela USP e Pós Graduação em Marketing pela ESPM e certificado pela ANBIMA como CEA. 

terça-feira, 19 de maio de 2015

Se o seu colchão financeiro te tira o sono, é melhor trocá-lo*












Colchão financeiro, reserva de emergência, poupança, seja qual for o nome adotado, é bom que seu colchão seja, no mínimo, de casal.

As opiniões dos autores são distintas, há quem fale em três meses de colchão outros, em 36 meses, eu mesmo, no livro “Separe uma verba para ser feliz” apresento os argumentos para que todos tenhamos, ao menos, 12 meses de reservas financeiras em renda fixa.
Isso mesmo, o colchão financeiro é um patrimônio que deve ser preservado e ao mesmo tempo rentabilizado, por isso a renda fixa é o destino correto deste recurso. Afinal estes recursos devem garantir nosso sono e não tirá-lo.

Para quem está começando, a caderneta de poupança será uma escolha natural porém, esta aplicação equivale a um colchonete de acampamento, ou seja, não é possível passar a vida dormindo sobre isto.

É muito importante conhecer e migrar os recursos para investimentos mais turbinados como fundos de renda fixa, tesouro direto e, principalmente, todos os produtos cobertos FGC (fundo garantidor de crédito) como, CDB, LCI, LCA, LC, LH, entre outros.

Esta sopa de letrinhas é muito nutritiva para seu colchão financeiro pois, nos tempos atuais, promoverá alta proteção contra inflação com rentabilidade de 1% ao mês já livre de IR e taxas. Nem é preciso dizer que estes juros, aliados ao tempo, transformarão seu colchonete em um king size. Por consequência seu sono ficará muito mais gostoso e tranquilo.


*O professor Mauro Calil é  especialista em investimentos no Banco Ourinvest. É também  palestrante e autor dos livros “Receita do bolo” e “Separe uma verba para ser feliz” e proprietário da Academia do Dinheiro, instituição especializada em cursos de educação financeira e finanças.  Possui mestrado  pela USP e Pós Graduação em Marketing pela ESPM e certificado pela ANBIMA como CEA.




quarta-feira, 29 de abril de 2015

Não confunda poupança com caderneta de poupança* - Por Mauro Calil




Com rendimentos pequenos e fixos de 6,17% ao ano mais TR, a caderneta de poupança é um o segundo pior investimento disponível no Brasil, só ganha do rendimento do FGTS com seus terríveis 3% ao ano mais TR.
Por este, e por outros posts, você já deve ter percebido que sou um grande propagador do mantra “saia da caderneta de poupança e invista melhor”.
Nem todos têm consciência de que a caderneta mal cobre a inflação, e mesmo tendo os investidores resistem em sair dela. Os motivos são sempre os mesmos, segurança e liquidez para o colchão financeiro.
Bem a segurança que todos avaliam é dada pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), uma instituição privada, e não pelo governo como a maior parte das pessoas acredita. O mesmo FGC garante, dentro das mesmas condições, o dinheiro depositado em sua conta corrente, suas aplicações em CDB, LCI, LCA e outras mais. Todas muito mais rentáveis que a caderneta.
A liquidez, ou capacidade de transformar seu depósito (ativo) em dinheiro, é imediata. Isso seduz muitas pessoas que usam suas contas poupança como conta corrente, perdendo, em muitos casos a “data de aniversário”, que nada mais é que o dia do mês onde os rendimentos são de fato entregues ao caderneteiro.
Isto posto, quero distinguir o poupador do caderneteiro, termo que acabo de inventar, se for copiar por favor não deixe de citar meu nome.
Veja que todo caderneteiro é um poupador mas nem todo poupador é caderneteiro. O caderneteiro é muito limitado, enquanto que os poupadores espertos turbinam seus investimentos, têm um mínimo de administração e de seu caixa e, planejamento financeiro ao menos anual. Portanto raramente usarão a caderneta como instrumento de poupança.
Os poupadores turbinados fazem muito mais com o mesmo dinheiro, usando, inclusive fundos de investimento com rentabilidade já líquida de taxas de administração superiores a 100% do CDI, portanto, ganhando do rendimento da caderneta em qualquer situação, tendo a mesma segurança e liquidez também diária, sem precisar esperar datas de aniversário.
Portanto, quando na roda de amigos ou familiares, alguém te disser que é uma pessoa consciente que poupa todo mês, pergunte com cuidado: Na caderneta de poupança?

*O professor Mauro Calil é  especialista em investimentos no Banco Ourinvest.
É também  palestrante e autor dos livros “Receita do bolo” e “Separe uma verba para ser feliz” e proprietário da Academia do Dinheiro, instituição especializada em cursos de educação financeira e finanças.  Possui mestrado pela USP e Pós Graduação em Marketing pela ESPM e certificado pela ANBIMA como CEA.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Alta gastronomia nos investimentos* - Por Mauro Calil











A vida corrida nos impõe diversos compromissos, nos leva a deixar algumas coisas sempre para depois. Por comodidade deixamos nosso dinheiro no banco em que a empresa nos paga, aplicamos no que o gerente deseja ou no que o sistema automático do banco aplica, etc.

Poucos fazem a gestão ativa do seu patrimônio, não se interessam por investimentos e sequer sabem o quanto pagam de tarifas ao banco. Aliado a isso, e a despeito das propagandas, os gerentes dos bancos de varejo raramente dispõem de tempo para um atendimento personalizado, afinal suas carteiras são gigantes e, estão ocupados demais com seus afazeres e problemas rotineiros.

O que nos mantêm nestes bancos? Mais uma vez a comodidade. Isso é péssimo pois inverte a razão comercial. A instituição passa a não precisar do cliente mas sim o cliente é quem passa a necessitar do banco.

Ocorre que em outros bancos você pode ter um atendimento realmente diferente com consultoria sobre investimentos, sem pagar taxas. Faço uma analogia com o mundo gastronômico. Onde o almoço é melhor? No restaurante por quilo ou no bistrô? As instituições menores além de remunerar melhor os investimentos, na maioria das vezes oferecem um melhor atendimento porque seus funcionários não necessitam saber se o cheque compensou ou não, se o cliente vai sacar ou não, se vendeu capitalização ou não, ou seja, sua preocupação é com a qualidade da matéria-prima e dos processos que resultam em uma oferta melhor ao cliente final.

Mas ao contrário do atendimento vip dos bistrôs que custam caro, a alta gastronomia financeira costuma não ter custo adicional de taxas de manutenção de conta, cadastro, etc. A alta rentabilidade dos investimentos destinados a poucos paga tudo.

No mundo financeiro quase nunca o mais caro é o melhor!

Resta aqui a percepção da segurança. Na verdade surge a heurística da representatividade, como designado pela ciência das finanças comportamentais. É o julgamento por estereótipos ou por modelos mentais de aproximação. Os tomadores de decisão avaliam a probabilidade de ocorrência de um evento através da similaridade com acontecimentos passados.

Trocando em miúdos, o investidor sempre ficará psicologicamente refém de seu gerente do grande banco, pois este dirá: Você sairá DEEESTE banco super sólido? …. E diz isto como se fosse inquebrável. Pois saiba que não é. Saiba ainda que diversificar seus investimentos em outras instituições, não só melhora sua rentabilidade como, dilui seu risco. Se você investe em Renda Fixa ainda terá sua garantia do FGC multiplicada ao migrar recursos para instituições diversas.

Ninguém melhor do que você pode dar melhor valor para o seu dinheiro, portanto cuide dele, se não está tendo um bom retorno no banco atual, mude de banco, se não consegue atendimento da forma como entende ser boa para você procure outra instituição, às vezes, mudar não faz mal para ninguém, você não precisa fechar as portas na instituição antiga, mas pode tentar conseguir uma rentabilidade muito melhor com a mesma ou maior segurança atual.


“Para quem sabe ler, pingo é letra.” – Ditado popular
Incomode-se com sua comodidade – Frase minha.


*O professor Mauro Calil é  especialista em investimentos no Banco Ourinvest.
É também  palestrante e autor dos livros “Receita do bolo” e “Separe uma verba para ser feliz” e proprietário da Academia do Dinheiro, instituição especializada em cursos de educação financeira e finanças.  Possui mestrado pela USP e Pós Graduação em Marketing pela ESPM e certificado pela ANBIMA como CEA.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Efeito halo – mentes aprisionadas pelo marketing empobrecem contas bancárias - Por Mauro Calil*











Você já ouviu falar em “efeito halo”? Normalmente o efeito halo é considerado o mais sério e o mais difundido de todos os erros de avaliação sobre indivíduos e instituições.
Em poucas palavras: é a possibilidade de avaliarmos indivíduo ou instituição sob um algum viés, e isto, interferir no julgamento sobre outros importantes fatores, contaminando o resultado geral. Por exemplo, nos processos de avaliação de desempenho o efeito halo é a interferência causada devido à simpatia ou antipatia que o avaliador tem pela pessoa que está sendo avaliada.

Edward Lee Thorndike, psicólogo americano que esteve na origem do surgimento do condicionamento operante, descobriu que um ser vivo em resposta a uma consequência agradável tende a repetir o comportamento e faz exatamente o contrário quando recebe uma consequência desagradável. A partir daí, descreveu o que designou por “efeito de halo”, ou seja, criada uma primeira impressão global sobre uma pessoa, temos a tendência para captar as características que vão confirmar essa mesma impressão. A primeira impressão vai afetar as nossas avaliações em relação à pessoa observada. Como exemplo, se inicialmente avaliarmos alguém como “honesto”, temos a tendência de lhe associar características positivas, tais como leal, sociável ou simpático.

Só para constar o inverso de halo é o efeito horn (respectivamente auréola e chifres em inglês), que se referem ao julgamento positivo e negativo. Sempre julgando o todo pela parte. algo interessante é reparar que a maior parte dos jogadores de futebol eleitos como melhores do ano, são atacantes, afinal são eles que marcam gols, que nos dão a alegria deste esporte. Raramente nos importamos se o goleiro fez inúmeras defesas “impossíveis” em um campeonato mas sim, contabilizamos a artilharia.

Agora, transporte isso para o consumo e investimentos. É muito comum julgarmos uma grande cadeia de fast-food como boa ou ruim, saudável ou nociva tendo pouca ou nenhuma informação nutricional sobre os seus alimentos servidos. Da mesma forma julga-se o automóvel, a roupa, o restaurante, etc. Não trocar de marca, de restaurante ou até mesmo do prato pedido em um restaurante pode ser resultado do efeito halo ou horn.
Estes efeitos ficam ainda mais claros na escolha por investimentos e instituições financeiras. Muitas vezes ouvi pessoas “esclarecidas” dizerem que investiam seu dinheiro no banco X, pois este tinha uma agência em sua cidade, portanto seria fácil resolver qualquer problema sério como a quebra da instituição. Efeito halo, afinal seria ingenuidade pensar que uma filial perto ou longe da matriz ou correntista, teria ingerência sobre um problema desta ordem.

Os investidores enfrentam no dia-a-dia relevantes consequências dos efeitos halo e horn. Vejamos exemplos que irão representar perdas significativas de rentabilidade e, portanto, de formação de patrimônio ao longo do tempo.

1- Caderneta de poupança é a aplicação mais segura – A segurança da caderneta é dada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), porém até R$250.000,00, por CPF e conglomerado financeiro assim como as LCI, LCA, CDB e LC que podem render até o dobro da caderneta com os mesmos benefícios.

2- Planos de previdência não são penhoráveis judicialmente – Ledo engano. São penhoráveis sim e, por conta desta ilusão, paga-se taxas de administração e carregamento que corroem a rentabilidade ao longo do tempo.
3- Bancos grandes são sólidos e pequenos não – Aqui o tamanho da instituição determina o efeito halo (positivo) e horn (negativo). Tamanho não tem relação alguma com segurança, mas sim alavancagem e critérios de análise do crédito concedido. Quanto maior o risco do crédito, maior serão os juros cobrados de quem toma emprestado e menor será a taxa de remuneração oferecida aos investidores da instituição. Certamente será necessário ter reservas para devedores duvidosos.
Julgar sem conhecer pode ser apenas uma programação mental, estabelecida por anos de propaganda veiculada pelas grandes marcas ou somente uma manifestação de preconceito. O fato é que em ambos os casos seu bolso irá sofrer.


*O professor Mauro Calil é  especialista em investimentos no
Banco Ourinvest.

É também  palestrante e autor dos livros “Receita do bolo” e “Separe uma verba para ser feliz” e proprietário da Academia do Dinheiro, instituição especializada em cursos de educação financeira e finanças. Possui mestrado pela USP e Pós Graduação em Marketing pela ESPM e certificado pela ANBIMA como CEA.