Quantas pessoas você conhece que
se prepararam para poder gozar de uma aposentadoria tranquila e digna?
Será que as simulações realizadas
pelas instituições financeiras são adequadas a sua realidade e levam realmente em
consideração seus fatores de risco pessoais que vão desde a sua capacidade de
geração de receita até a sua merecida aposentadoria, mas, também a sua
capacidade de se manter disciplinado até atingir seu objetivo?
Primeiramente gostaria de
analisar alguns pontos importantes. Há um tempo um dos participantes de um
reality show recebeu R$1,5 milhão de prêmio por sua permanência na casa mais
vigiada do país e que serviria para dar uma boa entrada em uma outra casa, ou
melhor, em um imóvel em Belo Horizonte. Agora você deve pensar: uma pessoa com
1 milhão e meio de reais na conta é considerada rica ou milionária? Sim, você é
um milionário, porém, isso pode ajudar, mas talvez não possa ser suficiente,
por exemplo, para lhe proporcionar uma boa aposentadoria. Tudo isso porque,
infelizmente, muitas instituições ao simularem um plano para sua aposentadoria não
lhe mostram que existem alguns fatores determinantes para que possa manter sua
renda mensal necessária para uma época onde os gastos mais expressivos poderão
ser com remédios e plano de saúde, mas também com viagens e lazer.
Um dos fatores determinantes é a
quantidade de recursos acumulados para seu objetivo, ou seja, para que tenha
uma ideia de quanto precisará acumular para a aposentadoria basta fazer um cálculo
breve que é multiplicar por 334 vezes a renda mensal necessária para se manter
nessa fase da vida, ou seja, se você anseia uma receita de R$7.000 por mês o
valor acumulado deverá ser de aproximadamente R$2.340.000 (R$7.000 x 334), ou
seja, para esse valor desejado você precisará de uma aplicação financeira que
renda 0,30% a.m. Para chegar a esse percentual basta dividir R$7.000 por R$2.340.000
e multiplicar por 100 para encontrar o rendimento mensal de sua aplicação.
Um aspecto também relevante é a
inflação, ou seja, se ela é o grande vilão de nosso poder de compra diminuindo
nosso consumo imagine o que pode fazer com os nossos investimentos quando esta
é desprezada.
Isso significa que se ao
aposentar você não quiser comprometer seu principal ou se “descapitalizar” deverá
resgatar de uma aplicação que lhe proporcione uma rentabilidade de aproximadamente
0,70% a.m. somente 0,30% desta para manutenção de seu padrão de vida, pois é
necessário descontar a inflação de 0,4% a.m. além do Imposto de Renda no
resgate de 15%, auferida em investimentos de Longo Prazo, para que possa manter
seu patrimônio acumulado.
Outro agravante é que de cada 10
aposentados somente 1 consegue se manter com seus próprios recursos sendo que a
maior parte continua trabalhando ou depende de ajuda ou da sorte de ter filhos
que possam auxiliar nas despesas mensais. O problema disso tudo é que o
comprometimento dessa receita pode afetar não somente o futuro dos filhos, mas
com certeza dos netos já que aquilo que poderia ser investido para o futuro dos
mesmos precisa ser despendido para as necessidades do aposentado.
E quanto aproximadamente gastarei
em minha aposentadoria?
Estudos mostram que os gastos do primeiro
ano de aposentado podem ser maiores do que os dos próximos anos, pois como
aposentado ninguém quer viver nas farmácias ou nos hospitais, mas sim aproveitar
o tempo livre para viajar, participar de festas, eventos e porque não continuar
trabalhando em tempo parcial em prol de auxiliar pessoas carentes ou prestar
consultoria sobre o que sabem, transmitindo toda a experiência acumulada ao
longo de décadas de vida.
Segundo a Agência de Estatísticas do
Trabalho dos Estados Unidos, as pessoas com idades entre 65 e 74 gastam 33% de
seus orçamentos com moradia; 12% com saúde; 13% com alimentação (com um terço
disso indo para refeições fora de casa); 5% com entretenimento e 17% com
transporte, incluindo viagens de lazer.
Prepare-se, pois segundo
pesquisas recentes muitas das pessoas que estão lendo essa matéria chegarão aos
100 anos de idade e como viver dos 65 ao seu centésimo
ano de vida sem qualquer reserva financeira? Para isso é preciso repensar a aposentadoria
e seu estilo de vida atual para que possa usufruir de tudo aquilo que acumulou
ao longo de anos de disciplina e dedicação ao seu Projeto de Vida chamado
Aposentadoria Sustentável.
Rogério Nakata é
Planejador Financeiro Certificado pelo IBCF - Instituto Brasileiro de
Certificação de Profissionais Financeiros, Embaixador CFP®
para o Vale do Paraíba, Agente Autônomo de Investimentos pela CVM (Comissão de
Valores Mobiliários) e Palestrante sobre os temas Educação Financeira e
Planejamento Financeiro de grandes organizações. (www.economiacomportamental.com.br)