segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Aposentar se torna cada vez mais um grande desafio financeiro. Por Rogério Nakata


Quantas pessoas você conhece que se prepararam para poder gozar de uma aposentadoria tranquila e digna?
Será que as simulações realizadas pelas instituições financeiras são adequadas a sua realidade e levam realmente em consideração seus fatores de risco pessoais que vão desde a sua capacidade de geração de receita até a sua merecida aposentadoria, mas, também a sua capacidade de se manter disciplinado até atingir seu objetivo?
Primeiramente gostaria de analisar alguns pontos importantes. Há um tempo um dos participantes de um reality show recebeu R$1,5 milhão de prêmio por sua permanência na casa mais vigiada do país e que serviria para dar uma boa entrada em uma outra casa, ou melhor, em um imóvel em Belo Horizonte. Agora você deve pensar: uma pessoa com 1 milhão e meio de reais na conta é considerada rica ou milionária? Sim, você é um milionário, porém, isso pode ajudar, mas talvez não possa ser suficiente, por exemplo, para lhe proporcionar uma boa aposentadoria. Tudo isso porque, infelizmente, muitas instituições ao simularem um plano para sua aposentadoria não lhe mostram que existem alguns fatores determinantes para que possa manter sua renda mensal necessária para uma época onde os gastos mais expressivos poderão ser com remédios e plano de saúde, mas também com viagens e lazer.
Um dos fatores determinantes é a quantidade de recursos acumulados para seu objetivo, ou seja, para que tenha uma ideia de quanto precisará acumular para a aposentadoria basta fazer um cálculo breve que é multiplicar por 334 vezes a renda mensal necessária para se manter nessa fase da vida, ou seja, se você anseia uma receita de R$7.000 por mês o valor acumulado deverá ser de aproximadamente R$2.340.000 (R$7.000 x 334), ou seja, para esse valor desejado você precisará de uma aplicação financeira que renda 0,30% a.m. Para chegar a esse percentual basta dividir R$7.000 por R$2.340.000 e multiplicar por 100 para encontrar o rendimento mensal de sua aplicação.
Um aspecto também relevante é a inflação, ou seja, se ela é o grande vilão de nosso poder de compra diminuindo nosso consumo imagine o que pode fazer com os nossos investimentos quando esta é desprezada.
Isso significa que se ao aposentar você não quiser comprometer seu principal ou se “descapitalizar” deverá resgatar de uma aplicação que lhe proporcione uma rentabilidade de aproximadamente 0,70% a.m. somente 0,30% desta para manutenção de seu padrão de vida, pois é necessário descontar a inflação de 0,4% a.m. além do Imposto de Renda no resgate de 15%, auferida em investimentos de Longo Prazo, para que possa manter seu patrimônio acumulado.
Outro agravante é que de cada 10 aposentados somente 1 consegue se manter com seus próprios recursos sendo que a maior parte continua trabalhando ou depende de ajuda ou da sorte de ter filhos que possam auxiliar nas despesas mensais. O problema disso tudo é que o comprometimento dessa receita pode afetar não somente o futuro dos filhos, mas com certeza dos netos já que aquilo que poderia ser investido para o futuro dos mesmos precisa ser despendido para as necessidades do aposentado.
E quanto aproximadamente gastarei em minha aposentadoria?
Estudos mostram que os gastos do primeiro ano de aposentado podem ser maiores do que os dos próximos anos, pois como aposentado ninguém quer viver nas farmácias ou nos hospitais, mas sim aproveitar o tempo livre para viajar, participar de festas, eventos e porque não continuar trabalhando em tempo parcial em prol de auxiliar pessoas carentes ou prestar consultoria sobre o que sabem, transmitindo toda a experiência acumulada ao longo de décadas de vida.
Segundo a Agência de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos, as pessoas com idades entre 65 e 74 gastam 33% de seus orçamentos com moradia; 12% com saúde; 13% com alimentação (com um terço disso indo para refeições fora de casa); 5% com entretenimento e 17% com transporte, incluindo viagens de lazer.

Prepare-se, pois segundo pesquisas recentes muitas das pessoas que estão lendo essa matéria chegarão aos 100 anos de idade e como viver dos 65 ao seu centésimo ano de vida sem qualquer reserva financeira? Para isso é preciso repensar a aposentadoria e seu estilo de vida atual para que possa usufruir de tudo aquilo que acumulou ao longo de anos de disciplina e dedicação ao seu Projeto de Vida chamado Aposentadoria Sustentável.

Rogério Nakata é Planejador Financeiro Certificado pelo IBCF - Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, Embaixador CFP® para o Vale do Paraíba, Agente Autônomo de Investimentos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações. (www.economiacomportamental.com.br)

terça-feira, 20 de agosto de 2013

De onde vem o dinheiro dos adultos? Por Arethuza Helena Zero


Você já parou para pensar de onde vem o dinheiro dos adultos? Como os seus pais conseguem pagar as despesas de sua casa, como a conta de água, energia elétrica, telefone, entre outras? De onde vem o dinheiro para os seus pais pagarem o presente que você pediu de aniversário? Como eles pagaram a última viagem de férias?
De onde vem o dinheiro dos adultos? Pergunto mais uma vez!
Você respondeu que o dinheiro vem do Banco ou quem sabe de uma Fábrica?
Resposta errada!
Você respondeu que o dinheiro vem do trabalho?
Resposta certa! Realmente, o dinheiro dos adultos vem do trabalho!
Você provavelmente já viu os seus pais tirarem dinheiro do banco, sacarem o dinheiro de um caixa eletrônico, por exemplo. Saiba que para ele ter o direito de utilizar aquele dinheiro, ele trabalhou para conquistá-lo.
O dinheiro não caiu do céu!
Um indivíduo que trabalha, recebe o seu salário de acordo com a função desempenhada e as atividades desenvolvidas. É esse dinheiro que será trocado por bens (alimentos, roupas, brinquedos, etc) e serviços (dentista, manicure, médico, escola, etc) que você e sua família necessitam ou desejam.
Entender o ciclo do dinheiro é fundamental para começarmos a falar de Educação Financeira.
Por isso, comece valorizando o trabalho dos seus pais. Ele é necessário para que você e sua família consigam realizar os sonhos!
Você ainda não trabalha, mas pode ajudar a sua família. Quer saber como? Veja três ações que podem fazer a diferença:
Empenhe-se nas suas obrigações escolares!
Após o almoço e jantar, que tal retirar o seu prato da mesa?
Quando acordar, arrume a sua cama!
Até o próximo!

Arethuza Helena Zero

Consultora e Educadora Financeira, realiza estudos na área de Educação Financeira para crianças e adolescentes. É autora da série “Os primeiros Passos da Educação Financeira”.
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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A realização dos sonhos no longo prazo. Por Mauro Calil


Quando desejamos comprar um bem imediatamente, geralmente consultamos nosso saldo bancário ou nosso limite do cartão de crédito. Mas para a maior parte das pessoas, os sonhos que têm um custo maior, como imóvel, carro, viagem para o exterior, curso de especialização, acabam sendo parcelados. E dessa forma acabam tomando grande parte do nosso orçamento e por um longo período.

Sem dúvida nenhuma o planejamento é o melhor aliado nessas situações. E se for feito de modo coerente, as chances de conseguir honrar seus pagamentos sem afetar sua qualidade de vida, será muito maior.

Primeiramente, avalie os motivos do seu sonho de consumo de longo prazo.  Claro que um imóvel é um sonho inerente ao ser humano, pois tem um significado mais profundo, a segurança. Já no caso de um carro novo, avalie se melhorará a eficiência no seu trabalho, se poderá atender mais clientes etc. Se deseja cursar uma graduação ou uma especialização, é importante estimar as vantagens profissionais e qual a porcentagem de aumento salarial que isso poderá  trazer.

Após entender a necessidade que o bem ou serviço desejado terá para você, é preciso traçar uma estratégia para alcançá-lo. Se ele for de um alto valor e você não dispõe do dinheiro todo para adquiri-lo, é prudente que se analise sua capacidade financeira e entenda cada meio de compra em longo prazo. Meios como financiamento, consórcio, leasing ajudam a realizar os sonhos, mas precisam ser bem avaliados, pois cada um possui taxas de juros e  de administração diferenciadas, além dos prazos para a obtenção do bem.

E como o sonho é a longo prazo, o tempo, o conhecimento e  a disciplina são  fatores decisivos. Vamos procurar entender porque eles são tão importantes. Quando decidimos realizar nosso desejo de ter um imóvel ou um automóvel, por exemplo, não é prudente nos envolvermos pelas ofertas do mercado. É preciso traçar um plano de como realizá-lo, verificar quanto dinheiro se tem disponível e qual a necessidade.

Quando temos nossa avaliação de ganho e pagamento pré-definida é muito importante possuirmos mecanismos financeiros que nos possibilite rentabilidade sem grandes riscos. Por isso, reforço a necessidade de definirmos nosso perfil de investidor, pois cada sonho deve possuir uma estratégia pré-definida para ser  alcançado. 

Além da internet e dos livros é muito bom trocar experiências com quem tem o mesmo sonho que você e que também já tenha cometido erros. Aulas de educação financeira e grupos de disseminação do conhecimento igual ao que temos na Academia do Dinheiro é um bom exemplo de como qualquer um de nós pode alcançar a estabilidade financeira.


Seja muito disciplinado. Isso nos motiva e nos impulsiona a fazer tudo melhor. A disciplina com o dinheiro funciona da mesma forma, e pode tornar o seu sonho uma realidade de consumo melhor, com segurança e tranquilidade.

      
*Mauro Calil é palestrante, educador financeiro, fundador da Academia do Dinheiro, e autor dos livros “Separe uma verba para ser feliz” e “A receita do bolo”.


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Não coma o marshmallow! O poder de postergar a gratificação. Por Rogério Nakata




Em um vídeo na Internet bastante interessante o palestrante Joachim de Posada mostra uma pesquisa feita por um professor na Universidade de Stanford que fez uma pesquisa com crianças de 4 à 6 anos de idade mostrando a dificuldade que muitas delas tinham de resistirem de comer, por apenas alguns minutos, ao estarem diante de uma guloseima.
A guloseima que na realidade era um marshmallow deveria permanecer ali, sem ser comido, por torturosos 15 minutos até que o professor retornasse a sala e ai sim a criança poderia saboreá-lo e como recompensa pela disciplinada e resistência à tentação açucarada receberia mais um delicioso e fofinho doce branco. O interessante ao longo desse vídeo é perceber as reações e sentimentos dessas crianças diante do desafio onde muitas nem aguardavam o professor sair da sala e já avançavam sobre a guloseima se deliciando com o mesmo, outros, porém, olhavam, cheiravam, levantavam da cadeira ou davam voltas pela sala resistindo bravamente para que depois pudessem ser recompensadas com o saboroso prêmio. Diante disso, a pesquisa pode constatar o poder de postergar a gratificação, ou seja, mesmo sendo difícil e desafiador aguardar o momento certo para que as coisas aconteçam e assim possam ser remuneradas pelo seu sacrifício pode valer muito a pena.

Trazendo isso para as Finanças Pessoais podemos verificar muitas pessoas que se quer aguardam 15 minutos antes de uma tentação e tomam decisões que podem ser prejudiciais para o resto da vida. Seja ao comprar alguma coisa que não precisava com o dinheiro que não tinha, às vezes, até para impressionar as pessoas que não gostam como não deixar as aplicações financeiras crescerem suficientemente para que possam ser utilizadas, no momento certo, para a realização de um Projeto de Vida inicialmente proposto. Quantas famílias que acompanho ao verem um montante de dinheiro em sua conta bancária resolvem arrumar o sofá, trocar de celular ou de carro sendo que o objeto dessa poupança programada era para a sua aposentadoria ou para a faculdade dos filhos e que num passe de mágica comem o marshmallow antes do tempo e por isso são penalizadas por não deixarem os juros sobre juros ou juros compostos trabalharem por elas e para elas. O pior é que muitas se lambuzam com crédito farto e fácil no presente para viver de migalhas no futuro. Devemos sim, em minha opinião, viver o presente com a sabedoria de que haverá necessidades adiante que precisarão ser planejadas AGORA, por essa razão, postergar a gratificação faz parte do processo de construir um futuro mais tranquilo e seguro. Sabemos que tudo que é demais é prejudicial, pois, até água bebida abundantemente pode afogar uma pessoa, mas que se não tomarmos sequer um copo por dia ou substituirmos por refrigerantes e sucos com conservantes, estes, poderão nos causar sérios problemas de saúde adiante. Nada melhor e mais prazeroso do que aprender a construir novos hábitos que trarão além da disciplina resultados não só no campo financeiro, mas também nas demais áreas de sua vida.

Para finalizar, essa pesquisa que citei de cada 3 crianças 2 comeram o marshmallow, ou seja, não postergaram a gratificação, queriam já, imediatamente, mesmo sabendo que poderiam receber em dobro se aguardassem um pouco mais. O mais impressionante dessa pesquisa e que após 15 anos ao retornar com as crianças que esperaram o professor retornar para comer a guloseima e ganhar seu segundo marshmallow verificou-se que aquelas que não haviam comido o doce eram as que tiveram as melhores notas escolares, eram as que tinham os melhores relacionamentos com familiares e amigos e que conseguiam as melhores vagas no mercado de trabalho em comparação àquelas que se anteciparam ao “sacrifício”.

A pergunta que queria lhes deixar é: Será que com a fartura de crédito e de promoções não estamos nos lambuzando antes do prêmio? Será que não estamos querendo antecipar a gratificação antes de realmente merecê-la e pior será que não estamos criando para o futuro uma geração de endividados que só a Educação Financeira e o Planejamento Financeiro podem ajudar a mudar essa triste história e assim construir uma vida mais digna e próspera? 
Pense nisso.

Rogério Nakata é Planejador Financeiro Certificado pelo IBCF - Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, Embaixador CFP® para o Vale do Paraíba, Agente Autônomo de Investimentos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações. (www.economiacomportamental.com.br)

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

EDUCAÇÃO FINANCEIRA COM ARETHUZA HELENA ZERO




O que seu filho precisa saber antes de receber mesada

A mesada é a principal ferramenta da educação financeira de crianças e adolescentes. Ela também é uma das principais fontes de dúvidas e equívocos dos pais.
Não há um consenso entre os especialistas sobre a idade certa para a criança receber mesada. Porém, algumas lições devem ser ensinadas aos filhos antes deles receberem o primeiro dinheirinho. 
Você pode ajudar o seu filho a se tornar um adulto responsável, um consumidor consciente, um grande empreendedor, e o mais importante, um adulto que conseguirá manter uma vida financeira sustentável.
É importante introduzir desde cedo, alguns conceitos relacionados ao valor e ao uso do dinheiro.

Desejo ou Necessidade
Comece ensinando-o a diferença entre desejo e necessidade!
Faça com que ele entenda o significado dessas palavras. Para isso, em situações cotidianas, enfatize esses conceitos. Mostre ao seu filho que ele precisa escovar os dentes, por exemplo, além disso, que uma alimentação saudável é necessária para manter a saúde. Faça uma lista de compras em conjunto para verificar os produtos que estão faltando e deverão ser comprados.  Aproveite o momento para mostrar que muitos produtos comprados são supérfluos, ou seja, desnecessários.
Evite o desperdício de alimentos em casa. Para isso, comece elaborando uma lista de compras com apenas o necessário para a sua família. Não esqueça que os alimentos possuem uma data de validade e devem ser consumidos nesse período.

A importância de poupar, cuidar e doar
Comece a falar sobre o ato de poupar e doar. Aposto que se o seu filho abrir as gavetas encontrará roupas que poderiam ser usadas por outras crianças. Mostre que ele pode doar um tênis ou um brinquedo, pois no mundo há muitas crianças que não possuem o mínimo para atender as necessidades básicas.
Ensine o seu filho a cuidar dos objetos, brinquedos, roupas e sapatos. Sem contar, do material escolar. Faça com que ele cuide dos cadernos, dos livros, da mochila, entre outros. No próximo ano, outras crianças poderão utilizar os livros e ele poderá usar a mesma mochila, por exemplo. Alguns itens da lista de material escolar não precisam ser comprados todos os anos, mas, para que isso aconteça, é preciso de cuidado.

Dinheiro e Afeto
Na ânsia de realizar todos os desejos e sonhos de seus filhos, muitos pais agem sem pensar, presenteando os filhos sem nenhum critério. Especialistas recomendam que os filhos sejam presenteados em datas comemorativas, como aniversário ou Natal. É fundamental que o seu filho aprenda a esperar pela realização de um desejo, mesmo que se trate de algo barato.
Se o seu filho aprender essas lições, quando começar a ganhar a mesada, ficará mais fácil entender a importância do dinheiro, da boa administração, além da importância de doar.
 Até o próximo!

Arethuza Helena Zero
Consultora e Educadora Financeira, realiza estudos na área de Educação Financeira para crianças e adolescentes. É autora da série “Os primeiros Passos da Educação Financeira”.
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