quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Quais as consequências no aumento da taxa básica de juros? Por Rogério Nakata

Quando se houve falar de taxa Selic ou no aumento da taxa básica de juros nos perguntamos: O que é que EU tenho a ver com isso?
Meu caro leitor você e eu temos TUDO a ver com o assunto porque a SELIC é a nossa taxa básica de juros que, por sinal, subiu na ultima quarta-feira, após a reunião do Comitê de Política Monetária, para 9,50% ao ano e que serve de referência ou teto para as aplicações financeiras em Renda Fixa, mas também é o custo do dinheiro que os bancos tomam para poder emprestar aos tomadores, ou seja, quando a taxa básica sobe os empréstimos ficam mais caros desestimulando o consumo das famílias que até então estavam se lambuzando com o crédito fácil e farto. Com isso há a diminuição da demanda por produtos/serviços e com isso supostamente teremos uma queda na inflação que está acumulada em 5,86% para o próximo ano e que se encontra acima do centro da meta que é de 4,5% estipulada pelo Banco Central. Lembrando que as taxas médias cobradas às pessoas físicas estão atualmente em 90,34% ao ano, medidas em Agosto de 2013 pela ANEFAC.
Para que você entenda melhor tudo na Economia tem uma relação, pois quando se aumenta a taxa básica de juros as empresas também deixam de tomar crédito, pois ele se torna mais caro e, portanto deixam de investir em produção, na expansão de seu parque fabril e na contratação de mão-de-obra podendo até aumentar o desemprego.
Do lado dos investidores eles preferem aplicar seus recursos em ativos livres de risco como em títulos públicos diminuindo a quantidade de dinheiro em circulação e consequentemente os investimentos na economia real, mas também passam a migrar os investimentos da Renda Variável para a Renda Fixa devido à sua maior atratividade desestimulando os investimentos em Bolsa de Valores que vem ultimamente andando de lado.
O que o governo tenta fazer com esse aumento de 0,50% é sinalizar que está de olho no velho dragão chamado Inflação, mas o sentimento de que as coisas estarão mais baratas poderá ocorrer apenas seis meses depois na ponta para o bolso do consumidor. Até lá, talvez, outras políticas ou iniciativas deverão ser tomadas pela equipe econômica do governo para tentar conter a alta generalizada de preços. Resta saber se será suficiente ou se continuaremos a tampar o sol com a peneira deixando de lado a geração de investimentos necessários na infraestrutura para atender a demanda crescente do país por produtos/serviços além, claro, da diminuição dos gastos públicos que continuam exorbitantemente pesados para a manutenção do país. Tudo isso, sem contar que para o governo não é nada bom ter um ano eleitoral em 2014 com inflação alta, pois, isso pode pesar na hora do voto mostrando a falta de gestão pública sobre um algo que está sobre “controle” desde Junho de 1994.

Diante de tudo isso você e eu não podemos nos descuidar das decisões tomadas a cada reunião do COPOM, pois, elas afetam não só a maneira de consumir e de endividar-se da população brasileira, mas também nos rumos do crescimento de um país que um dia pretende passar de emergente para desenvolvido, mas também da manutenção dos empregos das famílias que anseiam por prosperidade e estabilidade financeira para que possam tomar decisões de longo prazo sem o temor de grandes instabilidades econômicas decorrentes do descontrole inflacionário.

Rogério Nakata é Planejador Financeiro Certificado pelo IBCF - Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, Embaixador CFP® para o Vale do Paraíba, Agente Autônomo de Investimentos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações. (www.economiacomportamental.com.br)

domingo, 13 de outubro de 2013

Informação e disposição para mudar: a receita para o equilíbrio financeiro - Por Mauro Calil


Nos últimos 20 anos, nosso país passou por um grande processo de desenvolvimento. Esse avanço se disseminou em diversas áreas, como tecnologia, serviços, construção civil, infraestrutura, entre muitas outras. Nosso padrão de consumo melhorou, tivemos mais possibilidades de comprar um imóvel ou um automóvel, foi possível viajar mais, aprender mais. Esse desenvolvimento também nos revelou que ainda precisamos aprender como gerenciar nossos recursos, conhecer mais o nosso sistema econômico e aproveitar as vantagens que as aplicações financeiras possam nos oferecer.

Entretanto, diante de inúmeras fontes de informação, ressalto que um curso de educação financeira pode ser uma escolha eficaz, que nos leva a ter conhecimento de como gerir nosso salário e quais os passos para conseguirmos a tão sonhada estabilidade financeira.

Quando procuramos um curso que nos auxilie a alcançar a tranquilidade financeira, temos a oportunidade de identificar porque não conseguimos fazer o salário durar até o fim do mês, porque recorremos a empréstimos, os motivos pelas quais entramos no cheque especial, porque não conseguimos pagar o valor total da fatura do cartão de crédito, entre outras armadilhas.

Muitas vezes, para quem se encontra nesses casos, estabilidade significa apenas sair de todas essas situações e continuar vivendo do seu salário. Mas isso é um risco, porque se conseguimos quitar as dívidas e não temos nenhum aprendizado da situação, ou não modificamos nossos hábitos, possivelmente cometeremos os antigos erros novamente.

Mudar o comportamento é fundamental. Aprender como fazer o dinheiro trabalhar a seu favor e, principalmente, como garantir um rendimento contínuo são os passos iniciais para que se tenha maiores chances do sucesso financeiro.

E costumo observar que quando os alunos estão iniciando algum curso de educação financeira, todos estão na mesma condição. Com muitas dívidas, seja no cartão de crédito ou cheque especial, morando de aluguel, e, invariavelmente, não sabem como administrar essa crise. 

O importante a partir do momento em que decidimos mudar nossa condição financeira é seguir, com a maior fidelidade possível, os métodos que já são conhecidos como bem sucedidos.  

Ressalto que não existe uma fórmula mágica, ou a garantia de que algum curso pode nos livrar das dívidas e garantir bons lucros. O que posso testemunhar, com certeza, é que se tivermos a vontade da mudança, o conhecimento e a orientação adequada, podemos realizar algo novo e diferente. Constantemente observo o progresso dos alunos que procuram os cursos de educação financeira que ministro. Há um passado muito comum entre todos eles: pouca ou nenhuma reserva financeira, má administração do patrimônio pessoal, dívidas e tentativas de empreendedorismo sem muito sucesso.

Mas seguindo bons exemplos, aplicando a técnica aprendida e trocando experiências, todos conseguiram reverter o seu problema financeiro. E o melhor, ainda disseminam o seu conhecimento.

Por isso, meu conselho para quem precisa de ajuda para equilibrar seu orçamento ou sua vida financeira, seja sozinho ou em família, é muito simples: invista o seu tempo em conhecimento e tenha disposição para a mudança.


Mauro Calil é palestrante, educador financeiro, fundador da Academia do Dinheiro, e autor dos livros “Separe uma verba para ser feliz” e “A receita do bolo”.