quinta-feira, 28 de março de 2013

Qualidade de vida além do senso comum - Por Mauro Calil













Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Data Popular revelou um dado interessante e muito curioso em relação à mobilidade social. Cerca de 65% dos moradores das favelas  brasileiras podem ser classificados como classe média.

Outros resultados da pesquisa também chamam atenção. Em 2002, aproximadamente 25% dos entrevistados tinha máquina de lavar. Hoje, esse percentual chegou a 52%. A classe baixa média, no mesmo período, foi de 37% para 65%. Mas será que isso reflete uma verdadeira melhoria nos padrões para a qualidade de vida? Ou apenas aumentou o número de pessoas com poder de consumo e do endividamento?

Esse grande contingente considerado nova classe média contabilizou um consumo de R$ 56 bilhões, mas ainda continua dependente da ajuda do Estado, sendo vítima da continuidade das mesmas mazelas sociais há décadas. A pesquisa mostra que essa nova classe média aumentou o consumo de bens duráveis, como máquina de lavar, microcomputador e telefone móvel, mas ainda continua com dificuldade de acesso a serviços básicos, como o de saneamento, por exemplo.

Ainda me questiono como podemos nos inserir em uma nova classe, se não desfrutamos de condições básicas, como por exemplo, registro oficial do nosso imóvel, rede de coleta de esgoto e ainda continuamos dependentes do sistema público de saúde? 
Isso nos leva a uma avaliação de que nosso sistema econômico ainda tem um longo caminho a percorrer, pois medimos nosso “status” pelo consumo e pelo imediatismo e nos esquecemos de nos planejarmos e de reservar um fundo para eventuais emergências. E como não há como saber quando teremos um imprevisto, nossa qualidade de vida fica ameaçada.

Para que de fato esse padrão seja alcançado, é muito importante termos, além do conhecimento dos direitos que cada um possui, orientação para que nossa qualidade de vida seja permanente e não suscetível em momentos de crise.
Como educador financeiro costumo dizer que se não tivermos informações confiáveis, orientação adequada e não tivermos um sonho bem definido, estaremos destinados ao insucesso.

Preferencialmente, a mudança no padrão de vida deve ser algo que nos afete de forma positiva pelo resto de nossa vida. Dessa forma coloco um questionamento para reflexão. Estamos dispostos a transformar nosso futuro e deixar um legado que contribua para a sociedade ou apenas nos basta um conforto passageiro?
Isso é uma questão de escolha!

Mauro Calil é palestrante, educador financeiro, fundador da Academia do Dinheiro, e autor dos livros “Separe uma verba para ser feliz” e “A receita do bolo”. 

quarta-feira, 27 de março de 2013

Consumismo Infantil, um problema de todos! - Por Arethuza Helena Zero




“Danoninho vale por um bifinho”, esta aí um um exemplo de como um apelo publicitário pode persistir por gerações.
A publicidade influencia diretamente na formação das crianças, precocemente elas são incitadas a participar da lógica do consumo desenfreado do mercado capitalista.
O arsenal publicitário dirige-se principalmente às crianças, o que parece abusivo, já que até os 12 anos elas não têm capacidade crítica para compreender o nível de persuasão das mensagens publicitárias.
Por isso, é papel dos adultos ensinar valores e comportamentos que impeçam que as crianças se tornem consumidores desenfreados.
Isso é difícil! Os adultos de hoje também estão imersos nessa sociedade de consumo. Pior! Também nasceram na lógica do consumismo. Além disso, diversos fatores contribuem para que as crianças fiquem mais vulneráveis. Atualmente, os pais ficam ausentes a maior parte do tempo, devido ao trabalho e as crianças ficam mais tempo em frente a televisão, pois não podem brincar na rua, a violência urbana não permite. Dessa forma, a comunicação mercadológica dirigida ao público infantil encontra um caminho livre, para persuadir e contribuir para a formação de consumidores compulsivos.
Conforme pesquisa norte-americana, bastam apenas 30 segundos para uma marca influenciar uma criança. No Brasil uma criança passa em média cinco horas por dia em frente à TV (Ibope, 2005). Será que precisamos cuidar das crianças?
O consumismo é uma característica da nossa sociedade. Independente de gênero, poder aquisitivo, ou faixa etária, todos sofrem influências. Entretanto, as crianças, são mais vulneráveis que os adultos, elas sofrem consequências preocupantes relacionadas aos excessos do consumo: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, banalização da agressividade e violência, entre outras.
A criança é um consumidor em formação, ou seja, exerce uma enorme influência nos processos de escolha de produtos e serviços. Desde a escolha dos alimentos no supermercado, até no momento da compra de um carro. As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família (TNS/InterScience, outubro de 2003).
A publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado para persuadir o público infantil, que desde muito jovens, tendem a ser mais fiéis a marcas e ao próprio hábito consumista.
Mas não podemos esquecer que ninguém nasce consumista!
O consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema importância e interesse geral.
Consumismo Infantil, um problema de todos!

segunda-feira, 25 de março de 2013

Representação mental do dinheiro - Por Bernadette Vilhena



Quando falamos sobre dinheiro, inconscientemente associamos a ele uma diversidade de simbolismos que variam de acordo com cada pessoa, com sua história e com seu modo de viver a vida. Essas representações flutuam do bom ao ruim constantemente.
Podemos dizer que o dinheiro pode ser compreendido como uma construção social onde seu valor é ligado à cultura local, crença coletiva e como sua representação é transmitida de geração para geração.
Na nossa sociedade é comum a associação do dinheiro ao poder, talento e sua a escassez é tida como fracasso ou fardo. Isso afeta diretamente o sentido de identidade de cada pessoa: o sucesso ou fracasso financeiro tem impacto na autoimagem do indivíduo. Podemos concebê-lo também como elemento de interação social ou de brigas, apego ou generosidade, benção ou maldição. Cada um de nós tem uma representação mental e um modo de lidar com as questões relacionadas ao dinheiro.
Dentro dessas construções individuais e coletivas, a criança aos poucos percebe o emprego desse signo e absorve os simbolismos relacionados a ele, contribuindo assim para formação de sua personalidade financeira.  O modo como os pais se comportam em relação às questões ligadas ao dinheiro e como transmitem os ensinamentos financeiros a seus filhos tem um peso significativo na forma como essa criança vivenciará suas primeiras relações com o dinheiro e como começará a entender esse universo.
A sabedoria é reconhecê-lo como uma “energia neutra” e buscar o equilíbrio para usar esse recurso com consciência e inteligência. É importante saber que todo o tempo sinalizamos para nossos filhos o modo como lidamos com as questões financeiras,  cada atitude contribui para a formação da personalidade dessa criança.
Para lidarmos de modo mais saudável com tantas questões, precisamos refletir sobre as nossas representações mentais, emoções, lembranças, equívocos e expectativas em relação ao dinheiro. A partir desse compromisso pessoal seremos melhores educadores para nossas crianças.

Abraço.
Bernadette Vilhen 
www.vilhenapedagogiaempresarial.blogspot.com

quinta-feira, 21 de março de 2013

O mico da caderneta de poupança - Por Mauro Calil














Historicamente, a caderneta de poupança sempre foi a escolha preferida pelos brasileiros para investimento. Os principais atrativos e argumentos sempre foram a segurança oferecida pelo sistema bancário e isenção de Imposto de Renda. No passado, com as taxas de juros altíssimas, a aplicação ainda era sinônimo de rentabilidade. Assim, segurança, rentabilidade isenta de imposto e a facilidade de fazer depósitos e saques a qualquer momento, tornaram a caderneta de poupança um ‘prato cheio’ para os poupadores. 

 Hoje, a redução das taxas de juros, novas regras para a rentabilidade dessa aplicação e inflação fazem da caderneta de poupança um grande ‘mico’ de rentabilidade.

Para comprovar isso, basta olhar para a rentabilidade da poupança em 2012. No ano, a rentabilidade nominal da aplicação foi de 6,47%. Já o IPCA (índice que mede a inflação oficial do país) ficou em 5,84%. Assim, rentabilidade nominal menos inflação significa uma rentabilidade real da poupança em torno de 0,6% em 2012. Ou seja, quem aplicou R$ 100,00 em primeiro de janeiro teria o poder de compra de R$ 100,60 em 31 de dezembro, praticamente nada.

Apesar disso, as pessoas, de forma geral, continuam colocando seus recursos na caderneta de poupança. É o que mostra levantamento feito pelo Banco Central, segundo o qual os depósitos realizados em janeiro de 2013 superaram os saques em R$ 2,3 bilhões, considerado o melhor resultado para o período desde 2010. O saldo final da aplicação também superou a marca de R$ 500 bilhões.

Há um lado positivo nesses dados: muitos conseguiram se organizar financeiramente, pagar as dívidas e ainda guardar dinheiro, além desses recursos fortalecerem o sistema de habitação brasileiro. Entretanto, muitos poupadores ainda desconhecem que a poupança atualmente tem um rendimento inexpressivo e que há outras opções no mercado financeiro que oferecem rentabilidade um pouco maior - talvez nem todas com isenção de Imposto de Renda ou de oscilação, mas de extrema importância para compor uma carteira de investimentos.

Como exemplo dos produtos disponíveis, temos, na renda fixa, títulos públicos, debêntures, CDBs, LCIs, LCAs e CRIs. Já a renda variável dispõe de ações, fundos de ações, fundos multimercados, fundos de investimentos imobiliários commodities e os derivativos negociados em Bolsa de Valores. Opção não falta.
Mas se há variedade de produtos financeiros, porque a poupança ainda é a preferida? Por pura falta de conhecimento. Para investir nesses produtos, é preciso conhecer um pouco mais sobre eles, como as taxas praticadas pelos agentes financeiros, prazos, análises de perfil, histórico de cotas, entre outros.

O mercado financeiro já está mais atento a essa necessidade. E muitos canais de investimentos, como corretoras de valores e bancos, já criaram formas para que os clientes tenham acesso à informação.

Além disso, é possível encontrar informações na internet, publicações e cursos de educação financeira que mostram os novos caminhos para quem deseja alcançar maior rentabilidade, diversificar seus investimentos e também para aqueles que desejam entender mais de finanças pessoais.
As ferramentas estão disponíveis para todos. Basta apenas criarmos o hábito de buscarmos informações confiáveis dos investimentos e optarmos por aquele que atenda melhor nossos interesses.


Mauro Calil 
Palestrante, educador financeiro e autor dos livros “Separe Uma Verba Para Ser Feliz” e “A Receita do Bolo” – www.academiadodinheiro.com.br

quarta-feira, 20 de março de 2013

Consumir ou poupar? Por Arethuza Helena Zero




Consumir faz parte da vida, não é mesmo? E poupar?
Diante desse dilema, o que devemos fazer?
Renunciar ao consumo hoje e poupar para o futuro? Ou consumir hoje, sem pensar no amanhã?

Talvez uma dica valiosa seja consumir com consciência e prudência. Precisamos saber distinguir os nossos desejos e as nossas necessidades.
Os desejos podem tornar o nosso consumo exagerado. No impulso da realização dos nossos sonhos, como a compra de uma bolsa nova, do tênis da moda ou quem sabe, do celular mais moderno, podemos contribuir para um consumo demasiado e principalmente desnecessário.

Dessa forma, nosso consumo acontece de forma desmedida, consumimos sem pensar na escassez dos recursos e no meio ambiente, sem contar no endividamento que um gasto excessivo e não planejado pode gerar para a nossa família.

Os discursos publicitários estão prontos para persuadir e seduzir os consumidores, especialmente as crianças e os adolescentes. É nesse momento que muitos desejos são criados em nossa imaginação. A partir daí, incorporamos a necessidade de adquirir produtos e serviços, que até então, eram desnecessários. Passamos a acreditar que sem eles a nossa vida não será confortável e tão prazerosa.

Os incentivos ao consumos são constantes! Como não cair em tentação?
Abdicar do consumo para poupar não é uma tarefa fácil, eu diria que para muitas pessoas, poupar é um sacrifício. Não é fácil adiar a satisfação de um desejo ou a realização de um sonho. Porém, renunciar ao consumo hoje, pode representar um consumo maior no futuro e um acúmulo de reservas necessário para assegurar uma qualidade de vida.

Atenção! Não estamos afirmando que as pessoas que desejam são consumistas, ou que não devemos consumir.  Estamos falando do consumo desenfreado e suas consequências.
O consumismo pode aumentar o endividamento e a inadimplência. Por isso, é preciso planejar as nossas ações, principalmente quando elas influenciarão a nossa estabilidade financeira. Não podemos esquecer que no futuro precisaremos de alguma reserva, por isso a importância de poupar e investir.

Os consumidores encontram muitos facilitadores para conseguirem comprar os bens desejados (cheque especial, cartão de crédito, financiamento e leasing, etc). Portanto, é preciso ter cautela para que a realização de um sonho, não se transforme em um pesadelo.
Não podemos esquecer que as nossas necessidades são limitadas. E os nossos desejos?
Que tal fazer um exercício?

Você sabe diferenciar os seus desejos e as suas necessidades?
Liste os três últimos produtos que você comprou. Foram itens que estão relacionados aos seus desejos ou às suas necessidades?

Num momento em que nunca se ouviu falar tanto em desenvolvimento sustentável, parece démodé falar em consumir sem consciência.
No Brasil, ainda não é comum falar de Educação Financeira, as crianças crescem aprendendo a consumir, não são instruídas para poupar.

Ainda não temos o hábito de planejar as nossas ações e fazer um orçamento doméstico. É por isso que destaco o papel fundamental da Educação Financeira no desenvolvimento de crianças e adolescentes, pois esse conhecimento refletirá no futuro, em suas decisões de consumo e investimento e consequentemente numa vida financeira saudável.

Arethuza Helena Zero
Educadora Financeira, Graduada em Ciências Sociais pela UNESP, com mestrado em História Econômica pela UNICAMP e doutorado em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da UNICAMP. 
www.educafinanceira.com.br


terça-feira, 19 de março de 2013

Brasil, um país do Futuro ou será um novo voo da galinha? Por Rogério Nakata














Quantas propagandas interessantes vemos todos os dias dizendo que o futuro chegou a nosso país, porém será que realmente avançamos ou retrocedemos em nosso desenvolvimento?
Em 12 de Novembro de 2009 a revista britânica The Economist colocou como matéria de capa a imagem do Cristo Redentor decolando como se fosse um foguete mostrando a ascensão de um país que parecia estar no caminho certo. Atualmente o que vemos é o Cristo do Corcovado voando de lado mostrando que o país continua não apresentando o empuxo necessário para decolar. Será que faltou combustível pelo aumento recente de preços ou será que faltou como sempre um planejamento adequado para que o país pudesse dar seus próximos passos?

Dinheiro acredito que não faltou, pois arrecadamos mais de R$1 trilhão em impostos em 2012 e mesmo assim continuamos tendo deficiências na saúde com intermináveis filas de espera, falta de medicamentos ou descaso com os mesmos deixando-os expirarem sua data de validade. Profissionais mal remunerados por anos de estudos e mau preparados por universidades que se quer possuem hospitais-escolas para treinar aqueles que trabalharão com o bem mais precioso das pessoas que são suas vidas aumentam ainda mais a incerteza sobre esse futuro.

Na Segurança Pública vemos cada dia mais o índice crescente do aumento da violência levando o país a se transformar num grande campo de batalha onde o número de assassinatos passou 13.910 em 1980 para 49.932 em 2010, segundo o Mapa da Violência 2012, elaborado pelo Instituto Sangari. O número é superior a países em conflitos, como Iraque e Afeganistão, e comparado a nações africanas e caribenhas com governos e instituições precárias e instáveis. 

De catástrofes anunciadas como enchentes, deslizamentos ou como as da boate em Santa Maria no Rio Grande do Sul poderiam ser evitadas se as fiscalizações fossem realizadas conforme determinam as leis, que já existem, mas que não são cumpridas. Por que continuamos a gastar mais para remediar os problemas do que para preveni-los? E isso vale para a nossa vida financeira, pois quanto custa fazer um bom seguro em caso de acidentes, doenças ou falecimentos? Ainda temos a mania de achar que nada vai nos acontecer, mas é bom lembrar que coisas ruins acontecem também como pessoas boas e existe inclusive um livro que fala a respeito disso.

Ingerências governamentais em empresas reconhecidas mundialmente como Petrobras (queda de 36,42% em seu lucro comparado ao obtido em 2011) e Vale fazem a receita cair e colocam em cheque futuros investimentos no país. Mudanças nas regras do jogo mudam a todo tempo gerando dúvida para os empresários que são responsáveis por grande parte dos empregos no Brasil. Redes de transmissão que poderiam estar interligadas como o auxílio da energia eólica e que infelizmente não existem economizariam R$150 milhões por mês com a utilização das atuais termelétricas. Sem falar no risco de apagão que poderá não ocorrer nesse momento, pois “São Pedro” nos ouviu, mas como será o ano que vem com a Copa do Mundo e para os próximos anos. Só para se ter uma ideia se o país tivesse crescido 4% (PIB) como era previsto no começo de 2012 estaríamos hoje às escuras gerando mais dúvida na capacidade de crescimento do país que continua sofrendo com a falta de infraestrutura. Em suma, ninguém em plena consciência monta uma empresa em qualquer lugar do mundo que seja sem energia elétrica.

Outro ponto importante é que apesar de sermos um país continental estamos crescendo menos que os nossos vizinhos e o pior é que com a expectativa de países como o Peru cuja previsão do PIB é de 6,2% e Chile 5,5% deixamos de ter empresas que apostem no Brasil e com isso os empreendedores começam a buscar portos mais seguros devido a todas essas incertezas que geram ruídos desnecessários no desenvolvimento de nossa nação.
Estamos cometendo erros velhos como a tentativa de controles de preços e o mascaramento das contas públicas que causam mais ainda a desconfiança de investidores e empresários. Nunca na história desse país um governo precisou ligar para prefeitos para tentar segurar o preço das passagens de ônibus, ou seja, continuamos a agir como no passado e com certeza teremos os mesmos problemas no futuro e um dos que mais assusta é a volta da inflação cuja expectativa, pelo que parece, não é mais buscar o centro da meta de 4,5% mas sim em ficar dentro do intervalo de 2% para mais e nunca para menos de “segurança”.

Meu caro leitor apesar de todas as propagandas institucionais mostrarem que o país melhorou e de fato houve inevitáveis melhorias principalmente no campo da inclusão social ainda assim basta olhar ao seu redor e perguntar: Como está a sua saúde, a sua segurança, a educação, os empregos, será que atualmente você não está pagando muito caro por tudo isso sendo que todos são direitos descritos em lei na própria Constituição?
Será que estamos realmente decolando ou apenas estamos dando mais um “voo da Galinha”?


Rogério Nakata 
Planejador Financeiro Certificado pelo IBCF - Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros, Embaixador CFP® para o Vale do Paraíba, Agente Autônomo de Investimentos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Palestrante sobre os temas Educação Financeira e Planejamento Financeiro de grandes organizações.

segunda-feira, 18 de março de 2013

O adolescente, sua identidade e as questões financeiras - por Bernadette Vilhena



Os anos passam depressa e quando percebemos nossas crianças já estão na adolescência. Essa fase, igualmente a infância, é rica em aprendizados e pode ser vivida com leveza quando bem acompanhada pelos pais ou responsáveis. É comum ouvirmos reclamações sobre a mudança de comportamento dos jovens nessa faixa etária, mas será que estamos preparados para sermos o porto seguro que eles precisam?
As transformações que estarão acontecendo com eles fazem parte do processo de amadurecimento e as questões ligadas ao dinheiro costumam ficar evidentes nessa fase. A construção da identidade desse jovem também passa pelo financeiro. Caso a família não teve o hábito de conversar sobre finanças desde a infância, os questionamentos sem dúvida virão mais fortes nessa fase, principalmente decorrentes da comparação com os amigos, da necessidade que muitos jovens têm de consumir para serem aceitos pela turma e do estímulo ao consumismo... 

Esses questionamentos precisam ser tratados com muita atenção, doçura e firmeza pelos adultos. Um ponto fundamental é o resgate de valores essências ao bem-estar do ser humano como o amor, a partilha, a espiritualidade, a responsabilidade, a dignidade, a alegria sem artifícios! Precisamos trabalhar a autoestima do adolescente, levá-los ao reconhecimento de suas potencialidades e ajudá-los nas descobertas essências do Ser. Como cada indivíduo é singular e possuem motivações diferentes, o caminho para sensibilizar esse jovem virá do diálogo e da busca pelo que faz sentido para ele.

É importante saber que o perigo está na cultura ao ter. O consumo excessivo de tudo tem assumido um lugar de destaque nas relações sociais entre os jovens e isso é perigoso para a consolidação de valores imprescindíveis na fase adulta. O pesquisador da UFMG Paulo César Pinho Ribeiro afirma que “há um consumo exagerado de tudo: dinheiro, imagem, roupas, perfumes, adornos, grifes, amor, sexo, bens de consumo e substâncias lícitas e ilícitas. O planeta em que vivemos está em crise: de um lado, consumismo exagerado e avanços tecnológicos que nos surpreendem a cada dia; de outro, fome, miséria e desigualdade. Um mundo onde o ter é mais importante do que o ser. Neste mundo consumista, os adolescentes foram escolhidos como o alvo mais fácil dessa escalada sem rumo, sendo hoje chamados de filhos do consumismo.”

Essas incômodas questões precisam ser trazidas á tona para que todos nós, pais ou não, possamos refletir sobre nossas condutas frente a uma sociedade capitalista. Precisamos de atenção para não cair na armadilha: funcionar no automático e achar que tudo isso é normal, moderno...
Abraço e até o próximo encontro,

Bernadette Vilhena                                                                   
 www.vilhenapedagogiaempresarial.blogspot.com

quarta-feira, 13 de março de 2013

Educação financeira na infância



Quem nunca se deparou com aquela cena típica de Shopping Center, uma criança gritando descontroladamente querendo um certo brinquedo?  Não contente, ela se joga no chão e inicia a encenação, que se não fosse cômica, diríamos que seria um anúncio de uma tragédia.
Mas o que fazer?  É importante saber dizer não! Mas quando dizer não?
Os pais, muitas vezes cedem, por vergonha ou penalizados pela cena de seu filho, tão pequeno, jogado naquele chão frio do shopping. Coitadinho!

E você? Como se comporta? O seu filho está fazendo um escândalo na porta de uma loja, o que você faz? Com vergonha cede e compra o que ele pediu, ou diz NÃO?
Você provavelmente quer livrar o seu filho do consumismo desenfreado? Então, está na hora de começar a pensar na Educação Financeira de seu filho.
Não se esqueça que a criança não nasce consumista, o consumismo é um hábito que pode ou não ser incentivado nas crianças.

Então, a lição vem de casa? Sabemos que Educação Financeira ainda não é um tema tratado comumente nas escolas e por isso, muitos aprendem com a vida. Por isso, talvez seu filho comece a se espelhar nos exemplos que ele vivencia dentro de casa.
Os jovens estão imersos em uma sociedade de consumo e se não forem orientados, poderão perder a noção do valor do dinheiro.

Como combater isso?

A Educação Financeira começa na infância! Alguns especialistas já afirmam que a Educação Financeira começa na barriga!
Já é comprovado que um bebê de 18 meses consegue identificar logotipos e antes de completar 2 anos saberá pedir presentes pela marca.

Socorro!

O que faremos com esse bebê quando ele se tornar um adolescente?
Bem, saiba que aos 10 anos, o pré-adolescente tem de 300 a 400 marcas na memória e consome uma grande quantidade de produtos, sem precedentes.
As crianças e os adolescentes estão na mira dos publicitários, pois eles são a alma do negócio de muitas empresas. Por isso, é fundamental  a  criança entender a diferença entre “ o desejo e a necessidade”; o “querer e o precisar”.

Precisamos encontrar um equilíbrio. Não queremos estimular os nossos jovens para que eles se tornem poupadores exagerados, também não queremos que os nossos filhos se tornem consumidores compulsivos. É preciso haver um equilíbrio.

É preciso consumir com consciência!

Arethuza Helena Zero
www.educafinanceira.com.br

Saber Financeiro Apresenta: Arethuza Helena Zero


terça-feira, 12 de março de 2013

O investidor modelo - Por Mauro Calil




Todos os dias sou procurado por pessoas que querem investir melhor seu dinheiro. O cenário atual, de queda nas taxas de juros, aumentou ainda mais esta demanda. Afinal, é incômodo para um trabalhador, tão castigado pela inflação e demais fatores macroeconômicos desfavoráveis, verificar que seu dinheiro depositado em aplicações tradicionais já não rende satisfatoriamente.
Na busca de melhores rendimentos sempre surge a pergunta: Qual o melhor investimento para meu dinheiro?
Esta é a mesma pergunta feita há anos e anos por clientes de bancos a seus gerentes de relacionamento e que surtia bons resultados antigamente, visto que os aconselhamentos sobre investimentos eram lastreados em títulos com rentabilidade superior a 20% ao ano. Mas isso é uma realidade que já mudou.  
Hoje, os investidores que quiserem ter uma rentabilidade diferenciada, deverão ter também um comportamento diferenciado. Assim, é necessário um novo modo de agir, baseado no interesse em conhecer, aprender e estar atento às opções de aplicações disponíveis no mercado.
O novo modelo de investidor não é aquele que deixa nas mãos de quem quer que seja seu dinheiro, mas, sim, aquele que se interessa pelo seu dinheiro, além de somente conhecer sua rentabilidade no fundo A ou B.
Se seu dinheiro fosse um filho para o qual você estivesse em busca de uma escola, você visitaria várias escolas antes de matricular seu filho. Procuraria saber qual a proposta pedagógica de cada uma, seus aparatos materiais e humanos e, então, tomaria sua decisão.
Uma vez matriculado, sua tarefa de acompanhamento no desenvolvimento educacional da criança não cessaria, ou seja, você participaria dos encontros com os educadores, verificaria tarefas de casa e os boletins de notas. Este é o comportamento adequado para se cuidar de uma criança em idade escolar.
O mesmo deve acontecer com seu dinheiro. Deve haver um comportamento de cuidado com o dinheiro, com atitudes adequadas ao seu investimento.
Existem diversas maneiras de potencializar seus investimentos e é possível traduzir este comportamento em cinco princípios de investimento que, se seguidos de forma correta, formam o investidor modelo. São eles:
Invista com consistência e congruência. Ou seja, invista sempre, uma vez por mês ou uma vez por ano, desde que haja disciplina. E também uma quantia proporcional aos seus rendimentos. O ideal é que essa quantia esteja entre 10 e 30%.
Reinvista juros e dividendos. Os frutos devem oferecer novas sementes e não refeições. Faça isso até que seu pomar o alimente para sempre, sem que necessite de grandes cuidados.
Invista em setores e empresas que crescem. Hoje, a renda fixa não garante tão bons resultados. A escolha da renda variável deve ser pelos setores mais promissores e pelas melhores empresas dentro destes setores.
Diversifique. Tenha renda fixa, renda variável e imóveis. A renda fixa formará um colchão de segurança necessário para dar tranquilidade em épocas ruins, a renda variável trará velocidade de enriquecimento e os imóveis, receitas recorrentes a serem reaplicadas.
Mantenha-se atualizado e atuante. O mundo está em constante mutação, sejam elas macro ou microeconômicas. As verdades de hoje serão as dúvidas de amanhã, a atualização é uma necessidade. Mas de nada adianta saber se o conhecimento não for acionado, portanto, é preciso sair da comodidade de perguntar o que fazer e passar a fazer você mesmo.
Bons investimentos!

*Mauro Calil é palestrante, educador financeiro, fundador da Academia do Dinheiro, e autor dos livros “Separe uma verba para ser feliz” e “A receita do bolo”.
 

segunda-feira, 11 de março de 2013

O que importa não é o brinquedo e sim a brincadeira - Por Bernadette Vilhena




Hoje, quero conversar com você sobre o brincar, ato essencial para o desenvolvimento infantil. Através das brincadeiras elas exploram o meio, desenvolvem competências, expressam sentimentos, estimulam os sentidos e descobrem inúmeras possibilidades criativas.
As brincadeiras também cumprem seu papel dentro da socialização econômica das crianças, a grande quantidade de brinquedos além de dificultar o entendimento de limites, colabora para formação de um adulto consumista de acordo com os estudos do Núcleo de cultura e pesquisas do brincar da PUC/SP.
Há um consumo excessivo de brinquedos... E o brincar está ficando de lado... As campanhas publicitárias investem no público infantil, despertando o interesse das crianças para o consumismo. Muitas famílias pensando que estão no caminho certo aumentam consideravelmente suas despesas para atender aos pedidos dos filhos, comprando brinquedos que não suprirão as necessidades do brincar. O que acontece é uma satisfação momentânea da criança e depois o presente é deixado de lado, aumentando o número de “coisas” espalhadas pela casa ou guardadas em um baú colorido...
Atenção pais! Crianças precisam sonhar e criar. Não violente o universo de fantasia infantil com tantos brinquedos sofisticados, pois o fornecimento de brincadeiras prontas compromete o desenvolvimento de importantes habilidades. A criança precisa entrar em contato com brinquedos de pano, madeira, rústicos, simples! Brinquedos que incentivem a criatividade e a liberdade de expressão. Vão brincar de super-herói ou princesa? Não precisa comprar as fantasias: deixe que seus filhos inventem suas roupas usando o que tem em casa!!!
Permita que as crianças explorem o ambiente e usem elementos para darem vazão a criatividade como caixas, tampas de panela, lençóis, almofadas, potes de plástico, colheres.. Claro que com os cuidados necessários para deixar a disposição objetos que não coloquem a segurança delas em risco.
Outro aspecto interessante acontece quando os brinquedos são desmontados pela criança, nesse momento ela está demonstrando sua curiosidade e criatividade diante dele. Algo para pensar é que muitos pais infelizmente tem reações negativas quando isso acontece...
No que se refere aos brinquedos, procure sempre pensar nas possibilidades criativas que ele proporcionará a seu filho. Reserve somente as datas especiais para brinquedos especiais. Assim, além de estimular o desenvolvimento sadio da criança, você também estará educando financeiramente seu pequeno!
Para finalizar é bom saber que o ato de brincar não pode ficar restrito ao material. É preciso estimular as brincadeiras ao ar livre, o teatro e a dança. Todas essas condutas contribuirão para uma infância cheia de lembranças agradáveis. Lembre-se que cada ato de brincar traz consigo uma mensagem, por isso a infância precisa ser cuidada com carinho e atenção.

Um abraço na certeza de que o conhecimento liberta!



Bernadette Vilhena 
www.vilhenapedagogiaempresarial.blogspot.com



quinta-feira, 7 de março de 2013

Semanada, quinzenada ou mesada? Por Álvaro Mordernell



Uma relação saudável com o dinheiro começa já na infância
Por Bia Lancha, repórter do Mulheres em Ação  - www.bmfbovespa.com.br

Quando se pensa em educação financeira, não há como deixar de fora as crianças. O que elas aprenderem hoje em termos de gerenciamento de seu próprio dinheiro será útil quando forem adultos, possibilitando uma relação mais saudável com o assunto. Cabe aos pais ajudar no processo, não só com exemplos – bons de preferência, certo? – mas também com orientação. Quem acha que o trabalho é fácil, não tem ideia do tamanho do problema.

A complicação já surge no pontapé inicial: qual a hora certa de colocar os filhotes em contato com o dinheiro? Álvaro Modernell, sócio diretor da empresa de educação financeira Mais Ativos, explica que tudo depende do nível de amadurecimento do pequeno. Entretanto, algumas idades costumam apresentar padrões específicos e o educador dá dicas para cada fase. Veja em qual seu filho se encaixa:

Até os 5 anos: é apenas um processo de familiarização com o dinheiro. É uma ideia bem bacana dar um cofrinho para a criança e deixar que ele fique com os trocos pequenos (vão tomar sorvete? Dê o troco para ela) para encher o porquinho.

A partir dos 6 ou 7 anos: agora as crianças já estão na fase da alfabetização e conseguem ter consciência de números, quantidades e grandezas. Aqui entra um princípio de mesada: a semanada. Mas calma, ainda não é hora de cobranças. A criança não saberá administrar o dinheiro, deixe que ela gaste com o que quer, poupe, cometa erros... O importante é ela aprender a lidar com preços, limites, escolhas.

A partir dos 8 anos: seu pequeno já atingiu o 3º ano do Ensino Fundamental e já consegue administrar o próprio dinheiro. Hora da quinzenada.

A partir dos 10 ou 11 anos: agora, sim. Hora da mesada. Hora, também, de sentar e conversar sobre administração de dinheiro. A partir desse momento, seu pequeno não é mais tão pequeno e pode ter conversas mais sérias.
E nem adianta “entregar o dinheiro na mão das crianças e achar que isso é educação financeira”, alerta Modernell. É necessário estabelecer regras também para os pais. Estabeleceram os valores e as datas? O descumprimento do acordo por parte dos pais afeta a educação financeira da criança. É uma fase em que os filhos devem “ganhar autonomia, mas os pais devem acompanhar os gastos e delimitar padrões”, diz ele.
Na semana que vem, o assunto volta: o Mulheres em Ação mostra quais os principais erros dos pais e como evitá-los.


Álvaro Modernell, é especialista em Educação Financeira para adultos e crianças. Palestrante, consultor e escritor, com livros, artigos e entrevistas publicados no Brasil e no exterior. Graduado em administração de empresas, com mestrado em finanças. Pós-graduado em política e estratégia, em Metodologia do ensino. Atua como professor de educação financeira em MBA e cursos de especialização. Foi membro do GAP-Grupo de Apoio Pedagógico na formulação da ENEF-Estratégia Nacional de Educação Financeira.